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22/Nov/2023

Futuros em alta com clima desfavorável no Brasil

Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em alta nesta terça-feira (21/11). A oleaginosa foi impulsionada pelo clima desfavorável no Brasil, com seca no Centro-Norte e chuvas em excesso na Região Sul. Em Mato Grosso, principal Estado produtor da oleaginosa, com 91,1% da área estimada já plantada, ante 98,8% no ano passado e 88,1% há 7 dias, a escassez de precipitações causa impacto no desenvolvimento vegetativo em várias regiões, principalmente na sul, sudeste e médio norte. Os replantios têm ocorrido em diversas áreas, afirmou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O vencimento janeiro da oleaginosa subiu 10,00 cents (0,73%), e fechou a US$ 13,77 por bushel. O clima no Brasil está um pouco mais úmido nas áreas secas do Norte, uma boa notícia para os produtores de soja, mas ao mesmo tempo pressiona os preços das commodities.

Na Bolsa de Chicago, a soja reduziu os ganhos vistos anteriormente para um aumento mais modesto de 0,2%. A soja parece estar parada nesses preços enquanto passa a semana de feriados nos Estados Unidos e esperamos o clima da próxima semana aparecer. As “vendas relâmpago” de soja também se estagnaram nos últimos dias, o que elimina um fator que estava aumentando o ímpeto da soja. Sem mais chuvas nas áreas do Norte e sem seca nas áreas do Sul, as colheitas brasileiras deverão sofrer e apresentar menor produção. A Conab informou que o plantio da safra brasileira de soja 2023/2024 atingia 65,4% da área estimada no País na semana encerrada no dia 19 de outubro, em comparação com 57,6% na semana anterior. O desempenho corresponde a um avanço de 7,8% ante uma semana atrás.

Há atraso, contudo, de 10,5% em relação a igual período do ano passado, quando 75,9% da área já estava semeada. A oleaginosa subiu mesmo com a previsão de condições meteorológicas melhores no Brasil e na Argentina nas próximas duas semanas, com mais chuvas e temperaturas mais baixas. Além disso, a maioria dos analistas nesses países não reduziu suas perspectivas de produção. O dólar em alta ante o Real também pode limitar ganhos mais expressivos, uma vez que estimula as exportações brasileiras e pode influenciar em um aumento da oferta momentaneamente. Os ganhos podem estar sendo limitados pelo dólar valorizado diante do Real, estimulando as exportações dos produtores do Brasil. Além disso, o petróleo enfraquecido tende a pesar sobre as cotações, já que piora a competitividade relativa do etanol, feito principalmente de milho nos Estados Unidos.

Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o custo de produção da soja em Mato Grosso para a safra 2024/2025 deve ser de R$ 4.165,00 por hectare, um aumento de 0,99% em relação ao consolidado na safra 2023/2024. Em outubro, foram esmagadas 990 mil toneladas da safra 2022/2023 no Estado, queda de 2,22% em relação a setembro de 2023 e uma alta de 13,75% no comparativo com igual período do ano passado. No acumulado de 2023, entre janeiro e outubro, Mato Grosso atingiu um volume recorde de 9,87 milhões de toneladas de soja processadas, aumento de 3,55% ante igual período de 2022.