31/Oct/2023

Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em baixa nesta segunda-feira (30/10). O mercado foi pressionado pelo desempenho do farelo, que caiu mais de 3,5%. O farelo estava bastante sobrecomprado. Mesmo com a queda, ainda acumula ganho de cerca de 12% em outubro. O vencimento janeiro da soja em grão recuou 12,25 cents (0,93%), e fechou a US$ 13,07 por bushel. O fortalecimento do dólar ante o Real, que tende a estimular as exportações brasileiras, também influenciou os negócios. O Brasil é o principal concorrente dos Estados Unidos no mercado de exportação de soja e vem embarcando grandes volumes nos últimos meses. A colheita quase finalizada nos Estados Unidos foi outro fator baixista para os preços.

Dados de inspeção de embarques dos Estados Unidos também pesaram sobre as cotações. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 1,89 milhão de toneladas de soja foram inspecionadas para exportação em portos norte-americanos na semana encerrada em 26 de outubro, queda de 28% ante a semana anterior. Do total, 1,55 milhão de toneladas tinham como destino a China. Os preços recuaram apesar de o plantio estar atrasado no Brasil. Segundo a AgRural, os trabalhos estavam 40% concluídos até o dia 26 de outubro, em comparação a 30% uma semana antes e 46% em igual período da safra passada.

Com clima seco e padrão irregular de chuvas no principal Estado produtor, Mato Grosso, persiste o temor de replantio de áreas mais extensas de soja e de semeadura fora da janela ideal de parte da 2ª safra de 2024 de milho. No restante do País, chuvas favoráveis foram registradas em diversos Estados, mas uma regularidade maior ainda é necessária em áreas das Regiões Centro-Oeste, Sudeste e Norte/Nordeste. O destaque positivo fica para o Paraná, onde o plantio seguiu acelerado, favorecido por uma trégua nas chuvas, e as lavouras se desenvolvem muito bem. Com a colheita quase finalizada nos Estados Unidos, os preços poderão começar a subir. Os comprados acreditam que preços mais altos são necessários para convencer agricultores a vender sua produção. Traders e analistas têm dito que produtores vêm segurando a soja nos últimos meses, à espera de preços mais altos.