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31/Oct/2023

Cooperativa negocia venda diretamente para China

Pela primeira vez, a cooperativa Coamo, que atua no Paraná, em Santa Catarina e em Mato Grosso do Sul, negociou diretamente a exportação de cerca de 60 mil toneladas de soja para a China. A cooperativa retirou o intermediário, correu risco, mas conseguiu remunerar um pouco melhor o produtor. Outra saída tem sido oferecer desconto na compra de insumos da próxima safra, se o pagamento for feito em produto armazenado. A cooperativa também pretende investir em armazenagem. Normalmente, a Coamo ampliava entre 3% e 5% ao ano a capacidade estática dos silos. Agora a expansão anual deve beirar 10% em três anos. segundo a Comigo, cooperativa presente em 19 cidades de Goiás, onde tem 11 mil associados, nunca se vendeu tantos silos-bolsa. Neste ano, foram comercializados 6 mil silos-bolsa, o dobro do ano passado.

Neste tipo de armazenagem, o produto fica compactado como se tivesse sido embalado a vácuo. A venda das safras de soja e milho estão lentas, mas os armazéns da cooperativa não estão abarrotados. Como os produtores sabem que têm de vender o milho armazenado na cooperativa até novembro e a soja até fevereiro de 2024, optaram por estocar os grãos na fazenda para adiar a venda. O menor nível de preço dos grãos dos últimos três anos reduziu o ritmo de vendas e desencadeou um arriscado movimento especulativo por parte dos produtores. A soja, por exemplo, cotada a R$ 143,74 por saca de 60 Kg no dia 25 de outubro no Porto de Paranaguá (PR), está mais de 20% abaixo da cotação há um ano. No mesmo período, o milho recuou 30,62%, enquanto a tonelada de trigo caiu 41,16%. Para quitar dívidas, há produtores que preferem pegar dinheiro no banco a vender a safra, conta a Coamo. O produtor perde duas vezes.

A aposta de que o preço da soja vai subir e trazer uma remuneração superior à despesa com juros é um perigo muito grande. Apesar da proximidade do período de entressafra, quando normalmente a oferta diminuiu e os preços aumentam, a tendência para este ano é de que não ocorra uma forte recuperação das cotações, diz a MB Agro. Com as recentes chuvas na Região Sul e a seca na Região Norte, o plantio da próxima safra não está numa situação ideal. Mas, isso ainda não significa que haverá quebra de produção. Os cooperados têm sido alertados para o fato de que os preços dos grãos não devem subir tanto, a menos que ocorra um grande problema na próxima safra. O problema da falta de silos veio à tona porque houve um descompasso entre o ritmo de expansão da safra de grãos e a capacidade de armazenagem. Entre 2013 e 2023, a produção de grãos cresceu 66% e a capacidade de armazenagem aumentou menos da metade, 30%.

A falta de armazenagem pode se agravar com a entrada da nova safra, em fevereiro de 2024, se a atual não for vendida. Sobre os gargalos na armazenagem, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou que a capacidade estática de armazenagem do Brasil é de 198,5 milhões de toneladas, para uma previsão de safra 2023/2024 de 317,5 milhões de toneladas. Existe a necessidade de aumentar a capacidade estática no Brasil, no entanto, esse quantitativo precisa ser mais bem calibrado, respeitando as singularidades de que no Brasil se planta e colhe mais de uma safra ao longo do ano, levando em consideração todo o processo de escoamento dos grãos. Segundo a Conab, o Plano Safra da Agricultura 2023/2024 prevê recursos para financiamento de armazéns. A companhia informa que está desenvolvendo um estudo qualificado para compreender melhor o déficit de armazenagem no País e traçar estratégias de forma mais efetiva e eficaz. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.