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23/Oct/2023

Tendência de alta para os preços da soja no Brasil

A tendência é de preços sustentados para a soja no Brasil, com a entressafra no mercado interno, forte ritmo de exportações em 2023, prêmios em alta nos portos brasileiros e projeção de estoques finais bastante reduzidos. Os preços do farelo de soja estão subindo com força nos Estados Unidos e no Brasil, impulsionados pela maior demanda global. Estimativas divulgadas no dia 12 de outubro pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam que o consumo mundial de farelo de soja pode alcançar o volume recorde de 252,9 milhões de toneladas na safra 2023/2024, e 69,72 milhões de toneladas devem ser transacionadas mundialmente. Diante disso, na Bolsa de Chicago, o contrato Dezembro/2023 do farelo de soja registra avanço de significativos 7,7% nos últimos sete dias, indo para US$ 466,27 por tonelada. Além da valorização externa, os prêmios de exportação do derivado também estão em alta no Brasil. Com base no contrato de primeiro vencimento, os prêmios de exportação do farelo de soja registram os patamares de janeiro deste ano (período de baixa oferta do derivado).

Com base no Porto de Paranaguá (PR), o preço FOB do farelo de soja é de US$ 508,60 por tonelada, o maior desde julho deste ano. Com base nos valores FOB da soja, do farelo de soja e do óleo de soja, observa-se aumento de 26,5% na “crush margin” para março/2024; alta de 24,0% para abril/2024; de 69,2% para maio/2024 e de expressivos 152% para junho/2024. No spot nacional, com base nos valores negociados no estado de São Paulo, a “crush margin” foi calculada a R$ 512,11 por tonelada, aumento de 5,3% nos últimos sete dias. As cotações do farelo de soja registram avanço de 3,3% nos últimos sete dias. Os preços do óleo de soja estão enfraquecidos nos Estados Unidos e no Brasil. Os consumidores estão atentos à maior demanda por farelo, que pode resultar em maior produção de óleo de soja. Além disso, parte dos compradores domésticos detém volumes adquiridos em semanas anteriores, sem necessidade de novas aquisições no curto prazo.

Com isso, o óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) apresenta desvalorização de 1,3% nos últimos sete dias, indo para R$ 5.353,23 por tonelada. Na Bolsa de Chicago, o contrato Dezembro/2023 do óleo de soja tem leve baixa de 0,5% nos últimos sete dias, a US$ 1.170,86 por tonelada. Os preços da soja grãos estão em alta no mercado brasileiro. A valorização vem da maior demanda das indústrias esmagadoras do Brasil, que estão atentas ao aumento da procura por farelo de soja. Além disso, a demanda externa também está aquecida. Porém, , neste caso, para entrega a partir de novembro, devido à baixa quantidade de cotas para embarques imediatos. Ressalta-se que, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil já escoou 2,35 milhões de toneladas na parcial deste mês. A quantidade média embarcada ao dia é de 261,48 mil toneladas, 31% acima da registrada em outubro/2022.

Diante disso, nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta alta de 3,3%, cotado a R$ 145,80 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra valorização de 3,1% nos últimos sete dias, a R$ 138,61 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, os preços acumulam avanço de 3,5% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 1,6% no mercado de lotes (negociações entre empresas). Na Bolsa de Chicago, o contrato Novembro/2023 da soja tem aumento de 2% nos últimos sete dias, a US$ 13,15 por bushel. De acordo com o relatório de inspeção e exportação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), saíram dos portos norte-americanos 2 milhões de toneladas de soja na última semana, 43,2% a mais que o embarcado na semana anterior.

Na parcial desta safra (de setembro/2023 a 12 outubro), os Estados Unidos embarcaram 5,4 milhões de toneladas de soja, 14,5% a mais que há um ano. A alta dos preços da oleaginosa está atrelada, também, às irregularidades climáticas no Brasil. Produtores das Regiões Sul e Sudeste sinalizam excesso de umidade em algumas áreas, o que impede o avanço das atividades de campo. Os produtores da Região Centro-Oeste do País estão preocupados com as altas temperaturas e os baixos índices pluviométricos. De acordo com o relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 19% da área destinada à soja foi cultivada no Brasil até 14 de outubro, abaixo dos 21,5% semeados há um ano. Dentre as regiões, 35,2% da área foi semeada em Mato Grosso; 35%, em São Paulo; 31%, no Paraná; 23%, em Mato Grosso do Sul; 10%, em Goiás; 7,8%, em Santa Catarina; 4%, na Bahia; 3%, no Tocantins; e 1,2%, em Minas Gerais. No Hemisfério Norte, a colheita segue em ritmo acelerado. De acordo com o relatório de acompanhamento de safras do USDA, até o dia 15 de outubro, os Estados Unidos haviam colhido 62% da área cultivada, avanço de 19% em uma semana e acima dos 52% colhidos no mesmo período da safra passada. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.