18/Oct/2023

Segundo a StoneX, os preços dos óleos vegetais registraram significativa volatilidade no 3º trimestre de 2023. O óleo de soja teve avanço de 42% nos preços entre o fim de maio e meados de agosto, mas encerrou com 9,5% de baixa, cotado a 55,80 centavos de dólar por libra-peso. Desde meados de agosto, o óleo passou a apresentar tendência majoritariamente baixista, influenciado pelas perspectivas de ampliação da oferta com a entrada da nova safra norte-americana em outubro e relatos de refinarias de diesel e biodiesel do país bem abastecidas para o restante do ano.

Apesar de a safra dos Estados Unidos ter sido prejudicada pelo clima seco no Meio Oeste, o progresso da colheita; a expectativa de forte esmagamento em outubro e a tendência de recuperação nos estoques pressionaram as cotações. Também permanece no radar dos traders a forte queda registrada nas cotações dos Renewable Identification Numbers (RINs), créditos recebíveis ao produzir biocombustíveis nos Estados Unidos, funcionando em dinâmica semelhante à dos CBios no Brasil.

Considerando que a geração e venda dos RINs compõem parcela significativa da remuneração das refinarias, a forte queda dos preços dos RINs tem reduzido a atratividade de misturar o biocombustível, diminuindo, consequentemente, a demanda pelo óleo de soja. No Brasil, a disponibilidade da commodity contribuiu para um cenário de estabilidade, com leve alta de 4,6% nos últimos meses.

O acompanhamento do plantio da soja deve permanecer no radar do mercado, com a ocorrência do El Niño favorecendo o potencial de uma nova safra recorde, elevando a perspectiva de ampla disponibilidade do óleo para 2024, enquanto o País se prepara para aumentar a mistura do biodiesel no diesel de 12% para 13% no início do ano que vem. O cenário político também deve permanecer no radar, com um possível adiantamento da mistura para 15% já em meados do próximo ano. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.