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02/Oct/2023

Tendência de preços firmes e viés de alta para soja

As cotações futuras da soja estão pressionadas no curto prazo pelo avanço da colheita nos EUA, mas deverão ganhar maior sustentação nos próximos meses. A tendência é de alta dos preços no mercado brasileiro até o final da entressafra, em dezembro/2023. Os prêmios nos portos brasileiros estão positivos para embarques entre setembro e dezembro de 2023, projetando continuidade da recuperação dos preços internos ao longo desse final de ano. Porém, os prêmios estão negativos para embarques no primeiro semestre de 2024, o que deverá levar a uma pressão baixista sobre os preços internos no período de colheita da safra brasileira de soja. As cotações futuras com vencimentos em 2024 giram na faixa entre US$ 12,70 e US$ 13,50 por bushel. Embora a semeadura da safra 2023/2024 da soja no Brasil tenha se iniciado com rapidez e otimismo, as chuvas irregulares, sobretudo em regiões do Centro-Oeste e do Sudeste do Brasil, desaceleraram as atividades de campo. Esse cenário e a valorização do dólar frente ao Real estão elevando os preços da oleaginosa, o que, consequentemente, limitou a baixa na média mensal de setembro.

Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta alta de 2,0%, cotado a R$ 145,37 por saca de 60 Kg. A média de setembro, entretanto, foi 0,8% inferior à de agosto/2023 e 16,5% abaixo da de setembro/2022, em termos reais (valores deflacionados pelo IGP-DI). A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra avanço de 2,0% nos últimos sete dias, a R$ 138,70 por saca de 60 Kg. A média de setembro, por sua vez, caiu 0,4% na comparação mensal e 18,7% na anual. De acordo com a Embrapa, o período de vazio sanitário foi finalizado em Goiás no dia 24 de setembro. A partir do dia 30 de setembro, Minas Gerais, Bahia e uma parte do Maranhão também ficaram aptos para iniciar a semeadura da soja. Os produtores da Região Sul do Brasil, por sua vez, seguem otimistas para a safra 2023/2024. Isso porque o elevado índice pluviométrico favoreceu as condições do solo para a semeadura da oleaginosa.

Em Santa Catarina, o período do vazio sanitário terminou em 20 de setembro e, no Rio Grande do Sul, finalizou no dia 30 de setembro. No Paraná, a semeadura da soja alcançou 16% da área, acima dos 9% cultivados há um ano. Em Mato Grosso, a semeadura da soja foi concluída em 1,8% da área estimada, acima do 1,8% do mesmo período da safra passada e do 0,9% na média dos últimos cinco anos. Vale observar que a região oeste do Estado está com as atividades de campo mais adiantadas, alcançando 5,57% da área, acima dos 3% há um ano. Os preços do farelo de soja seguem em alta no mercado brasileiro, influenciados pela maior disputa entre compradores domésticos e estrangeiros. Nos últimos sete dias, as cotações do farelo de soja apresentam valorização de 1,1% e de 0,3% entre as médias de agosto e de setembro. Na comparação anual (setembro/2022 a setembro/2023), entretanto, observa-se queda de 7,3%, em termos reais. Os preços do óleo de soja, por sua vez, estão enfraquecidos, pressionados pela menor demanda doméstica.

O óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) registra desvalorização de 3,7% nos últimos sete dias, a R$ 5.093,97 por tonelada. A média de setembro foi a mais alta desde março deste ano, em termos reais, porém, ficou 24,2% inferior à registrada há um ano. O avanço na colheita da safra 2023/2024 da soja nos Estados Unidos pressionou as cotações futuras em setembro. No entanto, a piora nas condições das lavouras e a firme demanda pelo grão norte-americano deram sustentação aos preços na última semana, o que limitou a queda na média mensal de setembro. Segundo o relatório de acompanhamento de safras do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 12% da área cultivada com soja foi colhida nos Estados Unidos até o dia 24 de setembro, superior aos 7% do mesmo período do ano passado e 1% acima da média dos últimos cinco anos. Ressalta-se, porém, que as condições das lavouras ainda em desenvolvimentos estão piores que as registradas há um ano.

Segundo o USDA, 18% das lavouras estão em condições entre ruins e muito ruins, acima dos 15% registrados no mesmo período da temporada passada; 32% estão em condições médias, 2% a mais que o ano passado; e 50% das lavouras estão em condições entre boas e excelentes, abaixo dos 55% registrados há um ano. Quanto à demanda externa, os Estados Unidos escoaram 1,28 milhão de toneladas de soja de 1º a 21 de setembro, 6,5% superior ao volume embarcado em igual período de 2022. Na Bolsa de Chicago, os contratos de primeiro vencimento da soja e do farelo de soja registram aumentos de 0,5% nos últimos sete dias. Já entre as médias de agosto e de setembro, verificam-se fortes desvalorizações de 4,4% para a soja e de 6,4% para o derivado, com respectivas médias mensais de US$ 13,00 por bushel e de US$ 439,94 por tonelada, ambas são as menores médias mensais desde dezembro/2021, em termos nominais. O contrato de primeiro vencimento do óleo de soja registra queda de 1,9% nos últimos sete dias e de expressivos 6,5% entre as médias de agosto e de setembro, a US$ 1.373,93 por tonelada em setembro, a menor desde junho deste ano. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.