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25/Sep/2023

Pressão baixista nos preços com colheita nos EUA

Os mercados externo e interno de soja estão com cotações pressionadas pelo avanço da colheita nos EUA, que eleva a oferta disponível no mercado. As cotações futuras estão em queda na Bolsa de Chicago impondo uma pressão de baixa dos preços aqui no Brasil. O preço da soja voltou a operar abaixo de US$ 13,00 por bushel na Bolsa de Chicago. Trata-se do patamar mais baixo para um primeiro vencimento desde dezembro/2021, em termos nominais. Apesar de a oferta de soja dos Estados Unidos ser a menor em quatro anos, a colheita naquele país está em ritmo acelerado, contexto que pressiona as cotações da oleaginosa. Além disso, a valorização do dólar frente ao Real (que torna as commodities dos Estados Unidos menos atrativas aos importadores) e a baixa demanda externa reforçam o movimento de queda no preço. De acordo com o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 5% da área cultivada com soja foi colhida nos Estados Unidos até o dia 17 de setembro, 2% acima do mesmo período do ano passado e 1% superior à média dos últimos cinco anos.

Ressalta-se, entretanto, que as condições das lavouras ainda em desenvolvimento estão piores que as registradas há um ano. Segundo o USDA, 18% das lavouras estão em condições entre ruins e muito ruins, acima dos 15% registrados no mesmo período da temporada passada; 30% estão em condições médias, em linha com o ano passado; e 52% das lavouras estão entre boas e excelentes, 3% abaixo do registrado há um ano. Esse cenário acabou limitando a desvalorização externa. O contrato de primeiro vencimento da oleaginosa (Novembro/2023) registra recuo de expressivos 4,9% nos últimos sete dias, a US$ 12,93 por bushel, o menor patamar desde 20 de dezembro/2021. Quanto aos derivados, os contratos com vencimento em outubro/2023 do óleo e do farelo de soja apresentam queda de 5,2% e de 2,5%, respectivamente, a US$ 1.315,04 por tonelada e US$ 430,23 por tonelada, ambos os menores desde junho deste ano.

Diante da entrada da safra nos Estados Unidos, os preços da soja estão recuando no spot brasileiro. A liquidez interna é lenta, com produtores atentos às atividades de campo. A semeadura da soja avançou com rapidez no Paraná e em São Paulo, mas, em algumas regiões, o calor acentuado e a baixa umidade do solo impediram que as atividades fossem ainda mais intensas. De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), a semeadura da soja no Paraná alcançou 35% da área em Toledo e 10% em Campo Mourão. Em Cascavel, 13% da área foi semeada. Previsões climáticas indicam 90% de probabilidade de chuvas nos dias 28 e 29 de setembro na região. A antecipação da semeadura no Paraná é para possibilitar a semeadura do milho 2ª safra de 2024 dentro do zoneamento agroclimático. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta recuo de 2,5%, cotado a R$ 143,43 por saca de 60 Kg.

A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra queda de 2,3% nos últimos sete dias, a R$ 135,95 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, os valores apresentam baixa de 3,5% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 2,7% no mercado de lotes (negociações entre empresas). As negociações de farelo de soja seguem lentas, uma vez que os consumidores domésticos se abasteceram para médio prazo e não estão adquirindo grandes volumes no spot. Diante disso, as cotações do farelo de soja acumulam queda de 1,6% nos últimos sete dias. O óleo de soja registra leve aumento. As indústrias alimentícias relatam ter dificuldade no repasse do valor do subproduto. O óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) tem valorização de 0,9% nos últimos sete dias, a R$ 5.286,95 por tonelada. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.