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11/Sep/2023

Tendência é altista para os preços da soja no Brasil

A tendência é de alta dos preços da soja no mercado brasileiro até o final da entressafra, em dezembro/2023. As cotações futuras da soja estão em alta na Bolsa de Chicago, com a redução na projeção da safra 2023/2024 nos EUA. O contrato novembro/2023 em Chicago acumula alta de 18,9% desde o dia 1º de junho de 2023. As cotações futuras da soja em grãos para a safra 2023/2024 giram na faixa entre US$ 13,00 e US$ 13,80 por bushel. No Brasil, as cotações acumulam uma alta de 12,2% desde o dia 1º de junho de 2023. Os prêmios nos portos estão positivos para embarques entre setembro e dezembro de 2023, projetando continuidade da recuperação dos preços internos. Há possibilidade de novo corte na projeção da safra dos EUA no relatório que será divulgado na próxima semana pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A valorização do dólar frente ao Real, a firme demanda externa e as estimativas indicando redução dos estoques nacionais na temporada 2022/2023 estão impulsionando os preços da soja no Brasil.

A piora das condições das lavouras de soja nos Estados Unidos também dá suporte aos valores domésticos. De acordo com o relatório da Companhia Nacional e Abastecimento (Conab) divulgado no dia 6 de setembro, das 154,6 milhões de toneladas de soja produzidas no Brasil na safra 2022/2023, 96,9 milhões devem ser exportadas e 52,8 milhões de toneladas seguem projetadas para o processamento interno. Os estoques de passagem foram revisados para 5,87 milhões de toneladas em dezembro/2023, 18% abaixo do previsto no relatório do mês passado. Vale observar que, de janeiro a agosto deste ano, o Brasil embarcou o recorde de 80,85 milhões de toneladas de soja. No entanto, em agosto, especificamente, as exportações da oleaginosa registraram queda de 13,5% frente às de julho. Na comparação com agosto/2022, os embarques do último mês cresceram 41%, somando 8,3 milhões de toneladas, volume recorde para o período. Os principais destinos da soja brasileira em agosto/2023 foram a China, a Espanha, a Argentina e a Turquia.

Os portos de Rio Grande (RS) e de Paranaguá (PR) foram os principais canais de exportação da oleaginosa no último mês. E o preço médio (em moeda nacional) recebido pela soja exportada em agosto foi de R$ 123,04 por saca de 60 Kg, o maior dos últimos três meses. Vale ressaltar que, neste início de setembro, o Porto de Paranaguá vem registrando menor espaço para negociações no mercado spot. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, se mantém praticamente estável (+0,1%), cotado a R$ 151,75 por saca de 60 Kg. Esse cenário resultou em uma maior concentração de negociações de soja no Porto de Rio Grande (RS). Com isso, o preço da oleaginosa no Porto de Rio Grande é de R$ 161,03 por saca de 60 Kg, o maior valor nominal desde 21 de março deste ano. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra avanço de 1,3% nos últimos sete dias, a R$ 142,07 por saca de 60 Kg.

Nos últimos sete dias, as cotações apresentam alta de 1,3% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,3% no mercado de lotes (negociações entre empresas). A tendência agora é de que os produtores nacionais se voltem às atividades de campo da safra 2023/2024, resultando em diminuição no volume de comercialização do remanescente da safra. Assim, as condições climáticas na América do Sul passam a ficar no radar dos produtores agrícolas. A região oriental do Paraguai encerrou no dia 31 de agosto o período obrigatório do vazio sanitário (essa medida fitossanitária é uma das mais importantes para o controle da ferrugem asiática da soja). No Brasil, o Paraná é o primeiro a poder iniciar a semeadura da oleaginosa, diante da finalização do período de vazio sanitário em 10 de setembro. A firme demanda doméstica pelo óleo de soja, especialmente do setor industrial, impulsiona as cotações deste derivado. O óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) apresenta valorização de 1,9% nos últimos sete dias, a R$ 5.331,82 por tonelada.

Os preços do farelo de soja se mantêm praticamente estáveis, devido à cautela dos consumidores nacionais. Com isso, as cotações registram leve alta de 0,1% nos últimos sete dias. As exportações, por sua vez, seguem aquecidas. Os embarques brasileiros de farelo de soja somaram 2,4 milhões de toneladas em agosto deste ano, volume é recorde para o período, com crescimentos de 11,4% sobre o mês anterior e de 32,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Os principais destinos deste subproduto nacional em agosto foram a Indonésia, a Tailândia e o Vietnã. De janeiro a agosto de 2023, já foram embarcadas 15,3 milhões de toneladas de farelo de soja, volume também recorde quando comparado ao do mesmo período dos anos anteriores. Os embarques de óleo de soja somaram 183,9 mil toneladas em agosto deste ano, quantidade 8,9% inferior à de julho e 4,5% abaixo do volume escoado há um ano. De janeiro a agosto de 2023, entretanto, saíram dos portos brasileiros volume recorde de 1,76 milhão de toneladas de óleo de soja. Deste total, 65,6% foram destinados à Índia e 11,7%, à China. Na Bolsa de Chicago, o contrato de primeiro vencimento (Setembro/2023) do farelo de soja tem queda de 3,7% nos últimos sete dias, a US$ 444,67 por tonelada. Quanto ao óleo de soja, a desvalorização é de 2,5% nos últimos sete dias, a US$ 1.407,86 por tonelada. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.