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06/Sep/2023

Contrabando de soja é uma ameaça à safra brasileira

Na fronteira entre Argentina e Brasil, contrabandistas usam rotas clandestinas para introduzir soja sem pagar impostos e driblar fiscalização sanitária, ameaçando a safra brasileira. Todos os dias, nas margens do Rio Uruguai, na Argentina, centenas de trabalhadores se reúnem junto a caminhões para descarregar grãos em barcaças. Esse esquema ilegal visa introduzir clandestinamente soja no estado do Rio Grande do Sul. No entanto, essa prática representa uma ameaça à safra brasileira e envolve sonegação de impostos e riscos sanitários, já que os produtos não são fiscalizados pelas autoridades brasileiras. O contrabando de soja é uma operação bem coordenada que envolve trabalhadores que ajudam a descarregar os grãos de caminhões argentinos em barcaças, que são, então, levadas para o lado brasileiro do Rio Uruguai. Isso permite que os produtores argentinos evitem pagar impostos de exportação que são cobrados em seu país.

Além disso, eles conseguem vender a soja por um preço duas a três vezes maior no Brasil. O contrabando ocorre em uma região fronteiriça remota e envolve a colaboração de trabalhadores, receptadores no Brasil e estruturas clandestinas de escoamento de grãos. Os trabalhadores argentinos ganham entre R$ 30,00 e R$ 43,00 para descarregar uma carreta de 42 toneladas de soja, enquanto os receptadores brasileiros vendem o produto contrabandeado a um preço menor do que o praticado no Brasil, obtendo lucros significativos. Os contrabandistas criaram rotas clandestinas que incluem estradas municipais, galpões para armazenamento temporário de grãos, e até mesmo portos clandestinos ao longo do Rio Uruguai. Há mais de 50 portos clandestinos mapeados pelas autoridades brasileiras, mas esse número pode ser ainda maior. As sacas de grãos contrabandeados são rotuladas em espanhol e exibem a frase "Indústria Argentina". O aumento nas apreensões de soja contrabandeada evidencia o crescimento dessa prática ilegal.

A Receita Federal registrou 444 toneladas de soja e milho contrabandeadas apreendidas no primeiro semestre de 2023, ao longo de 82 quilômetros de fronteira na região noroeste do Rio Grande do Sul. Muitas dessas apreensões foram realizadas em conjunto com a Brigada Militar, a Polícia Civil e a Receita Federal, como parte da Operação Agro-Hórus, que visa combater vários tipos de contrabando na região. O contrabando de soja representa uma ameaça à safra brasileira e à economia, além de prejudicar a arrecadação de impostos. A prática envolve redes informais de apoio nas comunidades fronteiriças e, em alguns casos, é usada para contrabandear defensivos proibidos no Brasil. As autoridades estão atentas a essa atividade ilegal e têm intensificado as operações de fiscalização e repressão ao contrabando na região. O contrabando de soja é um problema que exige ação coordenada das autoridades brasileiras e argentinas para combater essa prática ilegal e proteger a safra e a economia dos dois países. Fonte: Terra. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.