31/Aug/2023

A Secretaria de Agricultura da Argentina informou na terça-feira (29/08) que os exportadores de grãos podem manter 25% da moeda estrangeira que gerarem em setembro para importar soja, com o objetivo de lidar com a escassez do grão, flexibilizando rígidos controles monetários no país. Segundo o Ministério da Agricultura, os exportadores do setor poderão dispor livremente de 25% da moeda estrangeira por 30 dias para garantir a compra de soja. A medida entrará em vigor no dia 4 de setembro.

Atualmente, os exportadores de grãos do país precisam converter todos os dólares obtidos com as vendas em pesos dentro de um prazo rigoroso e a uma taxa de câmbio oficialmente acordada. A Argentina é um dos principais exportadores mundiais de óleo e farelo de soja, mas uma seca histórica reduziu pela metade a safra de soja para a temporada 2022/2023, levando à necessidade de importar a oleaginosa a ser processada para exportação.

As importações do grão aumentaram 700% este ano, de acordo com dados oficiais. A Argentina está enfrentando um ambiente econômico complexo, com um grande déficit fiscal, reservas escassas do banco central, inflação de três dígitos e queda da atividade econômica devido à seca que atingiu o setor agrícola. O governo, que já ofereceu taxas de câmbio preferenciais ao setor agrícola para incentivar as exportações, também regula rigidamente o acesso à moeda estrangeira para pagar as importações.

A Argentina tem 8 milhões de toneladas de soja em reserva, das 25 milhões de toneladas colhidas na temporada 2022/2023, muito abaixo das 44 milhões de toneladas coletadas no ano anterior. De acordo com a Câmara de Exportadores e Produtores de Oleaginosas (Ciara), a queda na produção levou o país a processar 26% menos soja no primeiro semestre do ano, com apenas 14,9 milhões de toneladas. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.