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28/Aug/2023

Tendência de preços firmes e viés de alta para soja

A tendência é de preços sustentados para a soja no Brasil, com viés de alta para os meses de entressafra, entre setembro e dezembro de 2023. Com cotações futuras mais elevadas, após as quebras já consolidadas na safra 2023/2024 dos Estados Unidos, os preços internos estão firmes. Os prêmios estão positivos para embarques entre os meses de setembro e dezembro de 2023, auxiliando na tendência de alta dos preços nos próximos meses dessa entressafra. As exportações brasileiras de grãos estão em ritmo acelerado. E o maior fluxo de soja e de milho tem resultado em aumentos nos preços dos fretes, o que, no caso da oleaginosa, é parcialmente compensado pela alta nos prêmios de exportação, e em redução na disponibilidade de cotas nos portos brasileiros. Neste caso, os agentes indicam que o Porto de Santos (SP) está com restrição para recebimento de soja, devido à capacidade de estocagem.

Assim, as negociações são mais frequentes nos portos de Paranaguá (PR) e de São Francisco (SC), porém, para entregas a partir de outubro/2023. O preço FOB da soja, com base no Porto de Paranaguá (PR), com entrega em outubro/2023, é de U$$ 31,80 por saca de 60 Kg (R$ 151,87 por saca de 60 Kg). Os dados parciais até a terceira semana de agosto mostram embarques de soja em 5,4 milhões de toneladas, com média mensal 48,6% maior que a de agosto/2022. Para o milho, também foram embarcadas 5,2 milhões de toneladas, sendo 15,3% acima da média diária de todo o mês de agosto/2022. O frete da soja de Cascavel (PR) para Paranaguá (PR) subiu 16,3% de julho para agosto, com a atual média mensal na parcial de agosto a R$ 185,00 por tonelada. Na última semana, os valores de fretes chegaram em até R$ 200,00 por tonelada, os maiores desde março/2021.

Todo esse contexto vem afastando os vendedores do spot nacional e reduzindo a liquidez no interior do País. Esse cenário tem feito os preços da soja registrarem pequenas oscilações diárias. Nos últimos sete dias, os preços da soja registram avanço de 0,3% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e 1,0% no mercado de lotes (negociações entre empresas). Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta leve alta de 0,4%, cotado a R$ 149,09 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra pequena queda de 0,3% nos últimos sete dias, a R$ 139,48 por saca de 60 Kg. A demanda por derivados está firme.

No caso do farelo, a procura externa também segue aquecida, cenário que elevou os prêmios de exportação no Brasil e, consequentemente, os valores domésticos. Com isso, os preços do farelo de soja registram alta de 1,1% nos últimos sete dias. O prêmio de exportação do óleo de soja apresenta alta nos últimos sete dias, resultando em aumento de 3,7% na cotação do produto (posto em São Paulo com 12% de ICMS incluso), que está cotado a R$ 5.195,07 por tonelada. Vale lembrar que a demanda doméstica por este subproduto também está aquecida. Chuvas irregulares em áreas de produção de soja nos Estados Unidos estão impulsionando os contratos futuros da soja na Bolsa de Chicago.

De acordo com o relatório de acompanhamento de safras do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado no dia 21 de agosto, 59% das lavouras dos Estados Unidos estão em condições de boas a excelentes; 28% em condições médias e 13% em condições de ruins a muito ruins, todos com redução de 1% frente aos de semana anterior. Com isso, o contrato de primeiro vencimento (Setembro/2023) da soja apresenta avanço de 2,2% nos últimos sete dias, cotado a US$ 13,63 por bushel. O contrato de mesmo vencimento do farelo de soja registra expressiva alta, de 5,8% no mesmo comparativo, a US$ 465,94 por tonelada. Além da maior demanda global, houve reajustes de posições, após, na semana passada, esta commodity ter registrado o preço mais baixo desde junho deste ano. O contrato futuro do óleo de soja, por sua vez, acumula desvalorização de 3,3% nos últimos sete dias, a US$ 1.444,89 por tonelada. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.