04/Aug/2023

Segundo a Céleres, a área plantada com soja em 2023/2024 no Brasil deverá crescer 2,1% em relação à safra anterior, alcançando 45,2 milhões de hectares. O destaque é Mato Grosso, com incremento de 230 mil hectares. Menor que nos últimos anos, o crescimento de área é sustentado por um cenário de margem operacional ainda positiva e dentro da média histórica para oleaginosa (20%-25%). A Céleres projeta margens operacionais de R$ 1.775,00 por hectare (24% sobre a receita bruta) em 2023/2424 ante R$ 2.565,00 por hectare (40% sobre a receita bruta) na média das últimas três temporadas. Embora menor, o resultado é beneficiado pela queda dos custos de produção em relação aos valores de 2022, sobretudo fertilizantes e defensivos. A produtividade esperada, de 3,7 toneladas por hectare, contra 3,6 tonelada por hectare no ciclo 2022/2023, se deve à perspectiva de que o Rio Grande do Sul poderá retomar bons rendimentos com a previsão de El Niño de média a alta intensidade após dois anos de La Niña. Embora tenda a beneficiar a região Sul, o fenômeno pode prejudicar o Matopiba.

É um ponto de atenção para a cadeia produtiva, no que refere à geração de renda na região, às estratégias de originação dos compradores e às políticas de crédito para a produção agrícola, sobretudo num ano de margens menores em uma região com produtores com maior nível de alavancagem. A Céleres prevê produção recorde no Brasil em 2023/2024 de 165,9 milhões de toneladas, um crescimento de 2,1% em relação à safra anterior. Do lado da demanda, além do posicionamento cada vez mais claro e relevante do País como fornecedor global, a perspectiva é de um aumento do esmagamento do grão, sobretudo para fornecimento de óleo para indústria de biodiesel. No entanto, vale lembrar que o cenário interno para farelo e óleo de soja deve ser mais desafiador em 2024 em razão da provável retomada da oferta argentina de soja e derivados no mercado global. Ainda assim, a perspectiva é de aumento do estoque de passagem de 4,1 milhões para 6,6 milhões de toneladas. Diante desse cenário e da possibilidade de valorização do real, a Céleres vê preços internos neutros a mais baixos para 2024.

A consultoria StoneX, em sua primeira estimativa para a safra de soja 2023/2024, calculou um novo recorde de produção no Brasil, de 163,47 milhões de toneladas, aumento de 3,7% em relação ao ciclo anterior. A área plantada deve aumentar de 44,169 milhões de hectares para 45,102 milhões de hectares, enquanto a produtividade média nacional deve subir de 3,57 toneladas por hectare para 3,62 toneladas por hectare. Mesmo com a área plantada subindo para 45,1 milhões de hectares, o aumento frente ao ciclo passado seria de 2,1%, variação bem mais moderada que o histórico recente, uma vez que a queda de preços em 2023 apertou a margem do produtor. Muitos fatores relacionados à produtividade podem mudar, mas a expectativa é de recuperação do rendimento no Rio Grande do Sul, prejudicado pelo La Niña nos últimos dois anos. Para a temporada 2023/2024, a ocorrência do El Niño pode ser benéfica na Região Sul, mas traz preocupação para o Norte/Nordeste. O consumo interno está estimado em 57,5 milhões de toneladas e as exportações em 104 milhões de toneladas em 2023/2024. Para 2022/2023, a estimativa é de 55 milhões de toneladas e 98 milhões de toneladas, respectivamente. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.