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12/Jul/2023

Biocombustíveis: oportunidades para o Brasil nos EUA

Segundo o Itaú BBA, a agenda de descarbonização norte-americana, com investimentos já anunciados por players privados e compromissos de expansão do mandato estabelecidos pelo governo, pode beneficiar o Brasil como fornecedor de matéria-prima. A indústria norte-americana terá que aumentar a oferta de grãos para suprir a demanda pelos biocombustíveis, tanto com incremento na produção local quanto por redução das exportações. Se, por um lado, o Brasil possui capacidade de atender à procura, por outro, a redução das exportações globais poderia valorizar o produto nacional. Uma redução do excedente exportável norte-americano tenderia a influenciar positivamente os preços para estimular o avanço da oferta em outras origens.

Apesar das projeções desafiadoras e dos obstáculos a serem superados (em termos tecnológicos, de custo e de redução da intensidade de carbono emitida na atmosfera), a indústria dos Estados Unidos dá sinais de crescimento no setor de biocombustíveis. Embora o mercado esperasse um aumento maior das metas de mistura pelo governo dos Estados Unidos, principalmente em relação ao biodiesel, os percentuais definidos pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) no fim do mês passado podem ser revisados para cima no futuro. Mesmo que de maneira tímida, percebe-se que o órgão propõe maiores misturas para os próximos anos. A eletrificação da frota nos Estados Unidos também gera incertezas no mercado de etanol, mas novas oportunidades podem surgir no médio e longo prazo para o setor.

Há alternativas para o uso do etanol na cadeia de transportes para os veículos elétricos, uma delas consiste na célula de combustível que gera eletricidade. Os avanços dos biocombustíveis para a aviação, como o SAF (Sustainable Aviation Fuel), é outro potencial. O Departamento de Energia (DoE) dos Estados Unidos estabeleceu como meta para 2030 o uso de 11 bilhões de litros de biocombustível para aviação e, em 2050, 132 bilhões de litros. Hipoteticamente, se 30% do biocombustível for produzido a partir de etanol, 150 milhões de toneladas de milho seriam necessárias em 2050. Efeito semelhante tende a ser sentido no mercado da soja. O Itaú BBA espera aumento da demanda por óleo, na esteira do incremento projetado da produção de biodiesel e diesel renovável. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.