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10/Jul/2023

Tendência é altista para os preços da soja no Brasil

A tendência é altista para os preços da soja no mercado brasileiro, com a revisão para baixo na área plantada e na produção dos EUA em 2023/2024, expressiva alta das cotações futuras nas últimas duas semanas e melhora lenta e gradual dos prêmios nos portos brasileiros. A produção de soja dos EUA em 2023/2024, que estava prevista em um recorde de 123 milhões de toneladas, deverá atingir, no máximo, 113 milhões de toneladas. Na Bolsa de Chicago, o vencimento novembro/2023, subiu de US$ 11,46/bushel no início de junho para US$ 13,17/bushel na sexta-feira passada (07/07), avanço de 14,9%. Os preços da soja estão em alta no mercado brasileiro neste começo de julho. O movimento de avanço está atrelado às valorizações externas e cambial (US$/R$), contexto que deixa a oleaginosa nacional mais atrativa aos importadores. Assim, os maiores preços e a disponibilidade de cotas para o próximo mês motivaram vendedores a fechar contratos para entrega da oleaginosa em agosto/2023.

Com base no preço FOB da soja no Porto de Paranaguá (PR) e no dólar futuro negociado na B3 no dia 6 de julho, a paridade de exportação da soja é de R$ 151,76 por saca de 60 Kg para entrega em agosto/2023, acima dos valores ofertados no mercado spot. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta expressiva alta de 6,6%, cotado a R$ 144,66 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra avanço significativo de 4,6% nos últimos sete dias, a R$ 134,46 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, os preços da soja apresentam alta de 3,5% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 3,8% no mercado de lotes (negociações entre empresas). Os preços do farelo de soja também estão em alta no mercado doméstico, impulsionados pelas valorizações da matéria-prima, dos contratos externos e pelas maiores demandas interna e internacional.

Grande parte dos consumidores nacionais, que estava afastada das compras, à espera de preço menor, está adquirindo novos volumes para completar os estoques. Com isso, nos últimos sete dias, os valores do farelo de soja têm alta de 1,8%. Já os preços do óleo de soja estão pressionados diante da baixa liquidez, devido à disparidade entre as indicações de compradores e os valores ofertados pelos vendedores. O óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) registra leve desvalorização de 0,6% nos últimos sete dias, indo para R$ 4.996,02 por tonelada. O ritmo de negociações de soja para a safra 2023/2024 está mais lento. Embora seja esperado aumento na oferta mundial do grão, agentes de mercado estão atentos aos problemas climáticos nos Estados Unidos, ao menor processamento de soja na Argentina e à possível maior demanda pela soja brasileira. Diante disso, com base no Porto de Paranaguá (PR), considerando-se o dólar futuro na B3, a paridade de exportação da soja é calculada em R$ 139,50 por saca de 60 Kg, para embarque em março/2024; em R$ 136,90 por saca de 60 Kg em abril/2024; e em R$ 138,47 por saca de 60 Kg, para embarque em maio/2024.

Os contratos futuros da soja e seus derivados estão em alta na Bolsa de Chicago neste início de julho. O movimento de alta se deve às projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), indicando menor área de soja nos Estados Unidos em relação à safra passada e redução na qualidade das lavouras norte-americanas, devido às irregularidades climáticas. De acordo com relatório divulgado no dia 3 de julho, 15% das lavouras de soja nos Estados Unidos estavam em condições entre ruins e muito ruins, 1% a mais que o registrado semana anterior e acima dos 9% em igual período do ano passado. Em condições medianas estavam 35% das lavouras, acima das 28% há um ano. Entre condições boas e excelentes estavam 50%, queda de 1% em relação à semana passada e abaixo das 63% registradas no mesmo período da safra passada. A maior demanda também dá suporte aos preços futuros. De acordo com o relatório de inspeção e exportação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), as exportações de soja nos Estados Unidos subiram 71,2% entre as duas últimas semanas.

Porém, na parcial desta safra (de setembro/2022 a 29 de junho deste ano), os embarques norte-americanos somaram 49,41 milhões de toneladas, 4,7% abaixo da quantidade embarcada no mesmo período da safra passada. Além disso, o preço futuro do grão é influenciado pela valorização do óleo de soja, que, por sua vez, se deve à firme demanda do setor industrial. A elevação do petróleo também dá suporte aos preços deste subproduto, uma vez que eleva o incentivo na mistura do biodiesel ao óleo diesel (o óleo de soja é principal matéria-prima na produção de biodiesel nos Estados Unidos e no Brasil). O contrato Julho/2023 do farelo de soja apresenta forte alta de 3,1% nos últimos sete dias, a US$ US$ 458,12 por tonelada. O contrato de vencimento Julho/2023 do óleo de soja tem valorização expressiva de 8,4% nos últimos sete dias, a US$ 1.453,93 por tonelada. No dia 5 de julho, este contrato registrou o maior patamar desde novembro do ano passado. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.