05/Jul/2023

A percepção do produtor de que o preço da soja caiu mais do que a composição do custo dos insumos se confirma quando analisados os dados de janeiro a maio na comparação com igual período do ano passado. No período, ocorreu queda de 18,7% na cotação da soja e de 11,4% no custo operacional efetivo e 12% no custo total. O poder de compra do produtor ruiu com a depreciação do preço da soja. Isso se reflete no ritmo de compra de fertilizantes para a próxima safra 2023/2024, que é mais lento neste ano do que em anos anteriores, mesmo com a queda do insumo na comparação anual. A alta de defensivos e sementes anula em parte a queda do preço de fertilizantes para a soja.

Enquanto os fertilizantes cederam 37,4% de janeiro a maio, houve aumento de 0,3% em defensivos agrícolas e 25,5% em sementes. Para a safra 2023/2024, em seis localidades do Brasil (Sorriso-MT, Rio Verde-GO, Dourados-MS, Uberaba-MG, Cascavel-PR e Carazinho-RS) a quantidade de sacas de 60 Kg de soja por hectare para cobrir os custos está muito próxima da média de produtividade das últimas cinco safras. A margem do produtor de forma geral está bastante estreita. Para o milho, a situação é mais crítica. Grande parte do Brasil deve amargar prejuízo no milho 2ª safra de 20223 a não ser que a gente haja um cenário melhor para os próximos meses.

No caso do cereal, enquanto as cotações cederam 24,7% de janeiro a maio ante igual período de 2022, o custo operacional efetivo recuou 12,2%, e o custo total, 12,4%. O custo de fertilizantes para o milho teve queda de 36,3%, e o custo dos defensivos cedeu 0,3%, mas a alta de sementes chegou a 24,8% nas mesmas bases de comparação. Para a safra de verão (1ª safra 2023/2024), com recuo de rentabilidade, há grande chance de substituição de área de milho por soja e diminuição da capacidade do produtor de investir em tecnologia. Para a 2ª safra de 2024, por ora, o cenário é bastante preocupante após um prejuízo esperado para 2022/2023. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.