05/Jul/2023

Segundo o banco alemão Commerzbank, os relatórios de área plantada e de estoques publicados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) causaram surpresa no mercado. Isso porque a agência norte-americana aumentou significativamente sua perspectiva para a área plantada de milho, para além da expectativa dos analistas. Em contrapartida, o USDA fez uma redução significativa da área de soja e relatou estoques da oleaginosa quase 20% menores em relação ao período equivalente em 2022. Conforme o USDA, agricultores norte-americanos plantaram 6% a mais de milho do que na temporada 2022/2023, sendo que, anteriormente, a expectativa era de um aumento de 4%.

A área colhida deve totalizar 34,92 milhões de hectares, o que representaria um aumento de quase 10% em relação à temporada passada. O número, porém, causou surpresa por causa da seca que vem prejudicando as principais áreas produtoras dos Estados Unidos. Segundo o Monitor da Seca do país, 70% da safra do cereal é afetada pela estiagem. Portanto, é altamente incerto se a colheita realmente será tão alta quanto o previsto. Em compensação, os preços da soja subiram com o anúncio de uma área plantada 5% menor em relação a 2022/2023, diferentemente do que havia acontecido na previsão de março. Além disso, o USDA registrou estoques significativamente menores do que no mesmo período do ano passado, no caso da soja, o número foi quase 20% menor.

Para o trigo, os estoques registrados também foram 17% menores do que no ano anterior, volume mais baixo desde 2008, o que também pode ter sido um fator altista para os preços do cereal. Porém, o fator que mais influenciou nas cotações foi a flexibilização da União Europeia (UE) para aceitar as exportações agrícolas russas. De acordo com o Commerzbank, a União Europeia está planejando dar novamente ao principal banco agrícola da Rússia acesso ao sistema Swift para facilitar os pagamentos para o comércio de produtos agrícolas russos. Isso seria uma concessão significativa e provavelmente aumentaria as chances de a Rússia, afinal, em estender o corredor de exportação de grãos do Mar Negro. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.