04/Jul/2023

A seca nos Estados Unidos, considerada uma das mais generalizadas na última década, vem dividindo o setor agrícola do país. Empresas de carne e laticínios podem lidar com preços mais altos de ração, enquanto transportadoras de grãos e fornecedores agrícolas tendem a aumentar seus ganhos. Cerca de 65% do Meio Oeste dos Estados Unidos enfrenta uma seca entre moderada e forte, área considerada a maior nos últimos dez anos, de acordo com o Monitor da Seca do país. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 70% da área de produção de milho do país e 63% da soja foram afetados pela seca. Já o trigo pode ter a maior taxa de abandono desde 1917, com um terço previsto para ser abandonado, considerando que as más condições não compensam a colheita.

Em virtude da previsão de menor colheita, criadores de gado e empresas de carne estão se preparando para maiores gastos com ração. Em contrapartida, agricultores cujos campos permanecem verdes podem aumentar sua renda. Os preços mais altos das safras e as preocupações com a oferta também podem impulsionar os ganhos de tradings globais como Cargill, Archer Daniels Midland (ADM) e Bunge, já que aumentam as compras antecipadas. Para as empresas de máquinas, sementes e defensivos, como Corteva, Bayer, Deere e CNH, a matemática da seca deve ter implicações mistas.

Embora os preços mais altos das safras possam significar mais dinheiro para os agricultores investirem em sua próxima estação de cultivo, se a seca dizimar demais as terras agrícolas e a renda agrícola dos Estados Unidos, os fornecedores sofrerão com a transição dos produtores para compras de sementes genéricas mais baratas ou adiando o investimento em máquinas. Produtores de laticínios precisarão decidir se reduzirão suas operações ou se alimentarão dos custos mais altos de ração até que o mercado volte a seu favor. Enquanto isso, os produtores de etanol que pagam preços mais altos pelo milho podem enfrentar a decisão de manter suas usinas operando com margens de lucro mais baixas ou cortar a produção. Esta foi a safra mais cara já plantada por um produtor dos Estados Unidos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.