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03/Jul/2023

Futuros de soja em forte alta após relatório USDA

Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em alta expressiva na sexta-feira (30/06), impulsionados por uma redução significativa na previsão de área plantada e por uma queda de 18% nos estoques ante 2022, ambos os dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Os números também ficaram abaixo da expectativa dos analistas. O vencimento novembro do grão, o mais líquido, avançou 77,50 cents (6,12%) e fechou a US$ 13,43 por bushel. A área de soja ficará em 33,79 milhões de hectares, ante os 35,41 milhões de hectares estimados em março. No ano passado, foram semeados 35,39 milhões de hectares com soja. No que se refere aos estoques de soja dos Estados Unidos, o USDA afirmou que, em 1º de junho de 2023, somavam 21,651 milhões de toneladas, queda de 17,8% ante o volume de 26,331 milhões de toneladas observado um ano antes.

A perspectiva de que fortes tempestades, com ventos muito fortes e granizo, possam ter causado danos à lavoura no Cinturão do Milho dos Estados Unidos também pode ter sido um fator de impulso para a oleaginosa, assim como a demanda por grãos norte-americanos. Exportadores dos Estados Unidos relataram venda de 132 mil toneladas de soja para a China, com entrega no ano comercial 2023/2024. Os futuros também podem ter sido impulsionados pelo óleo de soja, cujo vencimento dezembro/2023, o mais líquido, encerrou a sessão em uma alta expressiva de mais de 7%.

Segundo a Bolsa de Comércio de Rosário, a seca histórica que dizimou a produção argentina da safra 2022/2023 já se reflete no esmagamento da soja nos dois primeiros meses do atual ciclo. Trata-se do menor nível de processamento da oleaginosa em igual período dos últimos 15 anos, somando 6,37 milhões de toneladas. A Argentina é um dos maiores produtores globais de óleo e farelo de soja. O petróleo em alta também pode ter contribuído para o cenário de altista da soja e do derivado, assim como o dólar em queda ante o Real. O combustível fóssil valorizado faz com que refinarias tenham mais incentivo para misturar biodiesel ao diesel. O óleo de soja é uma das principais matérias-primas usadas na fabricação do biocombustível. O dólar enfraquecido ante o Real torna as exportações menos atraentes para os produtores brasileiros, principais concorrentes dos Estados Unidos no mercado da oleaginosa.