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26/Jun/2023

Tendência altista para os preços da soja no Brasil

A tendência é altista para os preços da soja nos médio e longo prazos, com a persistências das condições de seca sobre as áreas produtoras de soja dos Estados Unidos. Até o dia 20/06, 57% da área de soja nos Estados Unidos estava em condição de seca (veja imagem abaixo do texto). Com isso, desde o início do mês de o contrato setembro/2023 da soja em grãos na Bolsa de Chicago subiu de US$ 11,53 por bushel para US$ 13,21 por bushel, acumulando uma expressiva alta de 14,6%. No Brasil, com o dólar em baixa e os prêmios negativos nos portos brasileiros, os preços não sobem na mesma velocidade. As condições das lavouras de soja nos Estados Unidos seguem piorando. Com isso, as cotações externas estão em alta, após terem sido pressionadas pelo fato de o cultivo ter se acelerado entre abril e maio, operando atualmente acima dos US$ 15,00 por bushel, o que não era visto havia dois meses.

Para o Brasil, o repasse da alta externa tem sido limitado pelos prêmios cada vez mais negativos e pela menor taxa de câmbio. Os valores FOB, porém, estão de volta à casa dos US$ 30,00 por saca de 60 Kg, patamares que haviam sido registrados no começo de maio. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 18 de junho, 12% das lavouras norte-americanas estavam em condições ruins ou muito ruins; 34%, em condições médias; e 54%, em condições boas ou excelentes. Na semana anterior, 59% estavam em condições boas e excelentes, e, no mesmo período do ano passado, 68%. Assim, o primeiro vencimento (Julho/2023) do contrato soja em grão da Bolsa de Chicago registra avanço de 5,1% nos últimos sete dias, a US$ 15,00 por bushel. Para o farelo de soja, o contrato Julho/2023 tem alta de 7,7% no mesmo comparativo, a US$ 468,15 por tonelada.

Os contratos de óleo estão pressionados pela redução da meta de mistura de biocombustíveis a combustíveis fósseis nos Estados Unidos em 2024 e 2025. Assim, o vencimento Julho/2023 do óleo apresenta desvalorização de 4,6% nos últimos sete dias, a US$ 1229,51 por tonelada. Para o Brasil, os negócios FOB no Porto de Paranaguá (PR) para embarque em julho/2023 têm vendedores a -US$ 1,40 por bushel e compradores a -US$ 1,60 por bushel, patamares mais baixos para um primeiro embarque desde meados de abril. Mesmo assim, o valor FOB exportação é calculado em mais de US$ 500,00 por tonelada, voltando aos patamares da primeira dezena de abril. Esses valores também são registrados para os embarques em agosto/2023, enquanto para os meses posteriores, a movimentação está baixa. Quanto ao dólar, na parcial deste mês, a desvalorização é de 4,7% frente ao Real.

De qualquer forma, as valorizações externas deixam vendedores brasileiros mais firmes em suas ofertas. Além disso, muitos limitam os negócios, na expectativa de recuperação das cotações domésticas. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta avanço de 4%, cotado a R$ 139,58 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra alta de 2% nos últimos sete dias, a R$ 129,68 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, os preços da soja apresentam aumento de 1,5% no mercado de lotes (negociações entre empresas) e 1,9% no mercado de balcão (preço pago ao produtor). Os preços dos derivados acompanham a tendência externa, com valorização do farelo de soja e queda para o óleo de soja.

Os preços do farelo de soja registram avanço de 3,2% nos últimos sete dias. Para o óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS), a desvalorização é de 5,6% no mesmo período, a R$ 4.760,06 por tonelada. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a terceira semana de junho, o Brasil havia exportado 8,74 milhões toneladas de soja, contra 9,98 milhões toneladas em todo o mês de junho de 2022. Caso o ritmo diário de exportação se mantenha nos atuais 795,3 mil toneladas, o volume deste mês pode somar 16,7 milhões de toneladas. Os preços de exportação da oleaginosa tiveram média de US$ 509,70 por tonelada FOB origem, 19,2% abaixo da registrada no mesmo período de 2022 (US$ 631,20 por tonelada). Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.