15/Jun/2023

A StoneX reforçou que espera que a demanda interna por biodiesel avance 15,5% neste ano, dos 6,322 milhões de metros cúbicos consumidos em 2022 para 7,303 milhões de metros cúbicos. O resultado reforça as estimativas de abril. Em relatório para atualização das perspectivas do mercado, a decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), de 17 de março, de elevar a mistura do biodiesel no diesel de 10% para 12% (chamado de mandato B12) no último mês é o principal impulso à demanda. Os dados mais recentes divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil (ANP) já demonstram o aumento da procura pelo biocombustível, após a mudança na mistura. Os dados de abril revelaram que, mesmo com a redução de 1,7% no consumo de diesel B no mês, o consumo de biodiesel apresentou um avanço de 20,3% em relação a abril de 2022.

No acumulado dos quatro primeiros meses de 2023, o consumo do biocombustível alcançou 2,057 milhões de m³, 9,4% acima do mesmo período do ano anterior. A consultoria também ressaltou o aumento da participação do óleo de soja como matéria-prima predominante para o biodiesel. Hoje, o óleo representa cerca de 82,7% da produção. Em geral, o produto ocupa cerca de 70% do total fabricado. O aumento da contribuição do óleo de soja está associado às quedas de preços da oleaginosa e dos derivados nos primeiros meses do ano e ao aumento da competitividade da soja em comparação com outras matérias-primas, como o sebo bovino. Essa participação do óleo de soja na produção é a mais alta desde agosto de 2021, tendência que deve continuar nos próximos meses.

Mesmo com o aumento da demanda pelo biodiesel, a grande oferta do óleo de soja no mercado interno, em decorrência da safra recorde de soja, também tende a manter os preços do biocombustível mais baixos, na comparação anual. De acordo com a última atualização semanal de preços da ANP, a média brasileira praticada pelo biodiesel B-100 chegou a R$ 3,96 por litro, menor valor registrado desde agosto de 2020, o que sugere observar como as recentes recuperações dos contratos de óleo de soja na Bolsa de Chicago podem servir como suporte para os preços do biodiesel. Do lado das exportações de óleo de soja, o País enviou ao exterior 321 mil toneladas de óleo de soja em maio, o que representa um aumento de 23% em relação ao ano anterior e de 100% em comparação com a média dos últimos dez anos.

Das 1,188 milhão de toneladas de óleo exportadas nos primeiros cinco meses deste ano, a Índia foi o principal destino (representando 52,7% do total). O Brasil aproveita a oportunidade de venda do produto provocada pela escassez de óleo de palma, com o qual o derivado da soja estabelece concorrência, e pela quebra de safra de soja Argentina. A continuidade dos embarques intensos, mesmo com a implementação do B12 em abril, indica uma provável condição de balanço de oferta e demanda doméstico mais apertado no 2º semestre, podendo atuar de maneira altista para os basis, que continuam em patamares debilitados. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.