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12/Jun/2023

Tendência de preços mais sustentados para a soja

A tendência é de preços mais sustentados para a soja nos curto e médio prazos, com o avanço das exportações brasileiras, clima desfavorável em cerca de 30% das áreas plantadas na safra 2023/2024 dos Estados Unidos e prêmios em viés de alta nos portos brasileiros. Para embarques entre agosto e dezembro de 2023, os prêmios estão positivos nos portos brasileiros. O baixo índice pluviométrico em regiões produtoras dos Estados Unidos, cenário que pode prejudicar o desenvolvimento das lavouras de soja, vem gerando preocupações entre agentes e impulsionando os valores futuros do grão. No Brasil, os preços também estão subindo, mas o movimento de alta é limitado pela desvalorização do dólar frente ao Real e pela oferta interna elevada. Na Bolsa de Chicago, o contrato de primeiro vencimento (Julho/2023) da soja está cotado a US$ 13,63 por bushel, alta de 2,5% nos últimos sete dias. O contrato Julho/2023 do farelo de soja tem valorização de 0,6% no mesmo período, indo para US$ 445,33 por tonelada. Para o óleo de soja, a valorização é de 9,7% nos últimos sete dias, a US$ 1.157,42 por tonelada.

Com expectativas de que as altas externas sejam repassadas ao Brasil nas próximas semanas, os vendedores nacionais limitam as negociações no spot. No entanto, é importante lembrar que a temporada brasileira 2022/2023 está estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 154,8 milhões de toneladas, 23% superior à safra anterior, e que o ritmo de comercialização atual está bem abaixo do verificado em safras anteriores, o que, por sua vez, pode limitar valorizações da oleaginosa, tendo em vista que, em algum momento, haverá maior necessidade de venda. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta avanço de 1,3%, cotado a R$ 135,53 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra alta de 0,1% nos últimos sete dias, a R$ 127,53 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, os preços registram queda de 0,4% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,6% no de lotes (negociações entre empresas).

Com base no Porto de Paranaguá (PR), o prêmio de exportação de soja para embarque em julho/2023 tem comprador a -US$ 0,90 por bushel. Na comparação com o dia 1° de junho, os compradores ofertavam -US$ 0,55 por bushel. Os preços do farelo e do óleo de soja continuam em queda neste começo de junho, mesmo diante da valorização externa destes derivados. Isso porque os compradores nacionais estão à espera de queda nas cotações da soja em grão, tendo em vista a maior produção. Nos últimos sete dias, os preços do farelo apresentam recuo de 1,0%. O óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) registra desvalorização de 2,1% nos últimos sete dias, indo para R$ 4.867,70 por tonelada. A colheita de soja no Brasil está praticamente finalizada, restando apenas algumas áreas em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul e no Maranhão. Segundo os dados da Conab do dia 3 de junho, a área colhida soma 99,5%. O vazio sanitário foi iniciado no sábado (10/06) no Paraná e será iniciado no dia 15 de junho em São Paulo, durando cerca de 90 dias.

No Distrito Federal, em Minas Gerais e em Tocantins, o período de vazio sanitário começa em 1º de julho; no Rio Grande do Sul, em 13 de julho, e, em Santa Catarina, no dia 22 de junho. Para os Estados da Região Centro-Oeste, as datas do início do vazio são: 15 de junho para Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e dia 27 de junho para Goiás. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 4 de junho, a semeadura da safra norte-americana havia atingido 91% da área esperada, avanço semanal de 8%, acima dos 76% do mesmo período da temporada passada e dos 76% na média dos últimos cinco anos. Quanto à qualidade das lavouras, 62% apresentaram boa ou excelente qualidade, 31%, médias, e apenas 7% são classificadas como ruins ou péssimas. Além disso, 74% das lavouras emergiram, contra 56% da semana anterior e da média das últimas cinco temporadas (2018-2022). Na Argentina, de acordo com o relatório da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a expectativa é de que a colheita seja finalizada nos próximos dias. Até o dia 8 de junho, as atividades totalizavam 93,8% da área nacional, ainda com a expectativa de produção de 21 milhões de toneladas.

A Administração Geral das Alfândegas da China (GACC) indicou que o país asiático importou 12 milhões de toneladas de soja em maio, 24% a mais que o mesmo mês de 2022, sendo que 9,6 milhões de toneladas tiveram o Brasil como origem. No acumulado de janeiro a maio, a China já importou 42,31 milhões de toneladas, aumento de 11,2% na comparação com o mesmo período de 2022. Nos Estados Unidos, conforme o relatório de inspeção e exportação do USDA, na semana encerrada em 1º de junho, foram embarcadas 214,24 mil toneladas de soja, queda de aproximadamente 12% frente ao período anterior. No Brasil, a Associação de Exportadores de Cereais (Anec) informou que as exportações de soja brasileiras em junho estão previstas em 13,11 milhões de toneladas, contra 9,94 milhões de toneladas em junho do ano passado. Apesar da alta anual, o volume previsto ficaria inferior às 14,49 milhões de toneladas embarcadas em maio deste ano. No caso do farelo de soja, estima-se que 2,27 milhões de toneladas sejam embarcadas pelo Brasil em junho deste ano. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.