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28/Abr/2023

Zoneamento Agrícola de Risco Climático atualizado

O Ministério da Agricultura e Pecuária publicou na quarta-feira (26/04) as Portarias que atualizam o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para a cultura da soja nos estados da Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Piauí, Pará, Rondônia, Tocantins, Acre e no Distrito Federal. As portarias dos demais Estados deverão ser publicadas nos próximos dias. O Zarc é uma ferramenta de análise do risco que auxilia a tomada de decisão no campo, considerando a probabilidade de ocorrência de adversidades climáticas baseada numa série histórica de dados climáticos, além de características da cultura e do solo. No caso da soja, foram definidas as áreas e os períodos de semeadura, simulando probabilidades de perdas de rendimento inferiores a 20%, 30% e 40%, devido à ocorrência de eventos meteorológicos adversos, principalmente seca durante a fase reprodutiva da planta.

Porém, segundo a Embrapa Soja, é importante ressaltar que o Zarc não estabelece os períodos e os locais de semeadura com maior probabilidade de obtenção dos maiores rendimentos. Novos parâmetros e fatores de risco foram considerados, associando questões hídricas e térmicas, inclusive, a probabilidade de ocorrência de geadas. Foram introduzidas ainda nova abordagem dos riscos associados à água disponível no solo, o que permitirá, em breve, vincular também conceitos de manejo do solo e dos sistemas produtivos. As Portarias do Zarc-Soja para a safra 2023/2024 são as primeiras a contemplar essa nova metodologia. Os estudos para o desenvolvimento da nova versão do Zarc para a soja foram iniciados em 2021 e validados em reuniões regionais e estaduais, em 2022, realizadas junto aos principais atores da cadeia produtiva da soja. A principal atualização nessa versão do Zarc Soja é o novo sistema de classificação de solos que deixa de utilizar o tradicional sistema de solos “Tipo 1”, “Tipo 2” e “Tipo 3” e passa a adotar uma nova metodologia que define seis classes de água disponível (AD1, AD2, AD3, AD4, AD5, AD6).

Nesse sistema, a classe de AD do solo é determinada com base na sua composição textural completa, ou seja, com os teores de areia, silte e argila. No sistema antigo, os tipos do solo eram estabelecidos, basicamente, pelo teor de argila. A água disponível (AD) do solo deve ser estimada para cada área de produção, a partir da sua composição textural determinada por análise de solo padrão. A estimativa é feita através do uso de uma equação (função de pedotransferência), devidamente ajustada para os distintos solos brasileiros, resultado de pesquisas recentes da Embrapa sobre o assunto. O Zarc Soja - 06ADs apresenta maior precisão nas estimativas de risco de déficit hídrico e uma melhor representação da realidade nos diferentes solos brasileiros em comparação aos três tipos utilizados anteriormente. Todos as novas atualizações de Zarc geradas a partir de 2022 já utilizam o sistema 06ADs. Porém, a maioria dos Zoneamentos já publicados, continuarão com os resultados em “3 solos”, até serem gradualmente substituídos pelas novas versões atualizadas para o sistema 06ADs.

A soja é a primeira cultura que passa a vigorar com esse novo formato. A soja é uma cultura com ampla adaptabilidade ao clima e aos solos brasileiros. Dos elementos climáticos que mais influenciam o desenvolvimento e a produtividade da soja, a disponibilidade hídrica é a que mais afeta o rendimento de grãos. Com relação às necessidades de água para o cultivo da soja, o ideal seria em torno de 450 mm a 800 mm de água disponível ao longo de toda a estação de crescimento da cultura, variável em função do ciclo da cultivar, do desenvolvimento das plantas e das condições climáticas da região. Para a soja apresentar um bom desempenho, a cultura necessita de volumes adequados de água e boa distribuição durante as fases mais críticas. Tão ou mais importante até que o volume total de água é a distribuição das chuvas ao longo do ciclo.

As fases mais sensíveis ao déficit hídrico ocorrem durante o período de semeadura-germinação-emergência e, principalmente, da floração ao enchimento de grãos, quando a seca afeta consideravelmente o rendimento das lavouras. A chuva é a principal fonte de água para a maior parte da produção brasileira de soja, tanto que a área irrigada com soja ainda é insignificante. É importante destacar que as práticas agrícolas que favorecem a melhor estruturação do solo e o aprofundamento do sistema radicular contribuem para incrementar a disponibilidade de água no solo, principalmente, em momentos de precipitação insuficiente. Os resultados estão disponíveis na plataforma Painel de Indicação de Riscos, nas portarias de Zarc por estado e no aplicativo móvel Zarc Plantio Certo, disponível nas lojas de aplicativos iOS e Android. Desde 2022, o aplicativo Zarc Plantio Certo permite testar o novo sistema de classificação em 06ADs em alguns Estados. A partir de abril de 2023, a opção para teste foi disponibilizada para todos os Estados. Fonte: Ministério da Agricultura. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.