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28/Abr/2023

Cargill: resultado de 2022 e perspectivas para 2023

A Cargill no Brasil encerrou 2022 com receita operacional líquida de R$ 125,8 bilhões, um crescimento de 22% em relação ao ano anterior. A receita foi puxada por crescimento de volume, principalmente na exportação de milho e no esmagamento de soja, em um cenário de preços internacionais altos de soja, farelo, óleo e milho e real bem competitivo, ajudando o País a colocar seus produtos no mercado internacional. Alinhando esse volume alto com valores altos gerou-se um crescimento considerável do faturamento líquido em 2022. O lucro líquido no ano passado, no entanto, registrou queda de cerca de 33%, atingindo R$ 1,2 bilhão, ante R$ 1,8 bilhão em 2021. Apesar do aumento da receita, o lucro no período foi afetado pelo incremento de custos de produção e de logística, com as maiores pressões vindo de energia e fretes. Os fretes no ano passado, principalmente no primeiro semestre, estiveram muito altos, durante a safra de soja. Isso acabou trazendo custos de execução bem acima do esperado.

Para 2023, a expectativa é positiva para a empresa no País. O Brasil vem de uma safra de soja recorde. Em termos de volume é muito promissora, e em um cenário de preço ainda bom. Para a 2ª safra de milho de 2023, ainda em desenvolvimento, a perspectiva é de colheita recorde neste ano. Na parte de produção, tudo está muito positivo e deve levar a um cenário de abastecimento doméstico tranquilo e estoques de passagem no fim deste ano confortáveis, e isso vai ajudar a combater a inflação. E, como produtor teve um rendimento muito bom, a lucratividade ainda está em níveis confortáveis. A empresa espera operação logística dentro de uma previsibilidade maior em 2023. Até mesmo porque a demanda está mais tranquila do que no ano passado. Os mercados perceberam que o Brasil tem esse volume disponível. Então não está tendo, como foi no ano passado, uma urgência para comprar rápido, colocar navio na fila, o que acaba aumentando os custos do sistema. Este ano, para o Brasil, tem de ser uma safra de eficiência.

O aumento da exportação de milho e soja da Cargill a partir do Brasil neste ano dependerá do ritmo da procura. O principal ponto de interrogação é a demanda chinesa, que está um pouco abaixo da expectativa. O Brasil vai ter volume tanto de soja quanto de milho para oferecer. Agora, é preciso ver qual o tamanho do apetite da China para saber se pode vir a ser um volume recorde. A China já se tornou um comprador relevante do milho brasileiro após a aprovação do novo protocolo de exportação em 2022. O primeiro ano foi ano passado, mas na China não tem pequena escala. Ela chega e já é relevante, e é ótimo para o agronegócio brasileiro ter uma demanda como a China no portfólio. Para este ano, o país asiático já tem compras feitas no Brasil. A expectativa é de que o Brasil seja pela primeira vez o maior exportador de milho do mundo, assumindo, ainda que temporariamente, o lugar dos Estados Unidos.

Pode ser que no ano que vem os Estados Unidos retomem o posto de maior exportador, mas, no médio e longo prazo, o Brasil deverá assumir essa posição com a mesma clareza que tem em soja, açúcar, café e outros produtos. A empresa superou a marca dos 41 milhões de toneladas movimentadas em 2022 no Brasil, aumento de 15% em relação ao ano anterior. O processamento doméstico de soja veio bem aquecido, então a empresa prioriza também o esmagamento local. Houve a redução da exportação de soja em algumas regiões específicas que sofreram mais com a seca no ano passado. Mas, não foi algo que atrapalhasse sobremaneira. O programa de exportação de milho foi positivo em 2022, conforme o esperado em virtude do tamanho da safra. Para este ano, por causa da melhora na oferta esperada de soja e milho, a perspectiva é superar a movimentação do ano passado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.