27/Abr/2023

A consultoria Datagro projetou recorde de volume e receita nas exportações do complexo soja brasileiro em 2023. A análise aponta para um volume a ser embarcado neste ano de 118,10 milhões de toneladas, 16,1% superior ao observado em 2022, quando saíram dos portos brasileiros 101,68 milhões de toneladas. O volume superaria o recorde de 2021 de 105,03 milhões de toneladas. O total compreende 94 milhões de toneladas de soja em grão (+19,4%), 21,50 milhões de toneladas de farelo de soja (+5,6%) e 2,60 milhões de toneladas de óleo de soja (+0,1%).

Um fator preponderante para a sinalização desses números é a confirmação de uma safra cheia em 2022/2023, estimada em 153,70 milhões de toneladas, com possibilidade de revisão para cima. Apesar do recuo parcial nos preços médios, esse avanço nos volumes a serem embarcados deve levar o País a expressivo ganho na receita total obtida nas exportações do complexo soja em 2023. Depois das vendas recordes de US$ 60,748 bilhões em 2022, a projeção atualizada aponta para avanço de 9,4% neste novo ano, para US$ 66,469 bilhões. A receita recorde seria formada por US$ 51,700 bilhões decorrentes de vendas de soja em grão (+11,2%), US$ 11,610 bilhões de farelo (+12,4%) e US$ 3,159 bilhões de óleo, o único com estimativa de recuo no valor a ser obtido (-19,7%).

O desempenho só não será melhor por conta da alteração para baixo nos preços médios de soja e óleo. As perdas na soja estão ligadas à obtenção de safra recorde no Brasil e às sinalizações iniciais de safra nova cheia nos Estados Unidos. O quadro de preços mais firmes no farelo está ligado ao aperto na disponibilidade global em função das perdas de produção na Argentina, que é o maior exportador mundial. O óleo de soja, apesar de também estimulado pela situação na Argentina, vai recebendo pressão do recuo nos preços do petróleo e óleo de palma, sendo este último, notadamente pelo corredor de exportação para o óleo de girassol da Ucrânia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.