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17/Abr/2023

China planeja reduzir uso de farelo de soja na ração

O Ministério da Agricultura da China emitiu um plano de ação de três anos, na sexta-feira (14/04), para reduzir o uso de farelo de soja na alimentação animal, enquanto tenta reduzir sua forte dependência das importações de soja. O novo plano propõe que a proporção de farelo de soja na alimentação animal seja reduzida para menos de 13% até 2025, de 14,5% em 2022. As autoridades do maior importador de soja do mundo já emitiram diretrizes em 2021 para sua indústria de ração animal, recomendando proporções mais baixas de farelo de soja. O novo plano orientará a indústria de rações a reduzir a quantidade de farelo de soja, promover a economia e redução do consumo de grãos forrageiros e contribuir para garantir o fornecimento estável e seguro de grãos e produtos agrícolas importantes. Alguns dizem que o plano pode ter um grande impacto. Segundo a Donghai Futures, a China poderia reduzir o consumo de farelo de soja em pelo menos 3 milhões de toneladas por ano, o equivalente a 4 milhões de toneladas de soja.

As importações podem cair para 82 milhões de toneladas até 2025, com os fabricantes de ração usando mais colza, semente de girassol e proteína sintética como substitutos do farelo de soja. Menores importações de soja resultariam, no entanto, em menor produção de soja, exigindo mais importações de óleo de palma como compensação. O Conselho de Exportação de Soja dos Estados Unidos afirma não estar preocupado com uma queda significativa nas importações. A demanda deve continuar forte, pois há um limite para a quantidade de soja que pode ser retirada das rações. Segundo o Rabobank, a nova meta de menos de 13% até 2025 é levemente inferior à meta anterior de 13,5%, mas a direção não é nova. O objetivo é construir um setor de suprimentos mais resiliente em meio a riscos geopolíticos. A China compra mais de 60% da soja comercializada no mundo, bem mais de 90 milhões de toneladas por ano, principalmente dos Estados Unidos e do Brasil.

Por um lado, a China gostaria de diminuir o volume absoluto de importação de soja, mas, por enquanto, como contingência, quer diversificar e diminuir mais sua dependência, principalmente dos Estados Unidos. A pressão para reduzir o uso de farelo de soja tem sido bem-sucedida até agora, ajudada em grande parte pelo aumento dos preços do ingrediente rico em proteínas nos últimos anos, o que levou os fabricantes de rações a reduzir seu uso. O Rabobank estimou em janeiro que a proporção poderia cair para 12% até 2030, reduzindo as importações de soja da China para 84 milhões de toneladas. Este ano, as importações serão de cerca de 95 milhões de toneladas. A China também aprovará até duas proteínas microbianas para ração até 2025 e realizará projetos-piloto para usar restos de comida e carcaças de animais para ração em mais de 20 cidades grandes ou médias. Também visa aumentar a produção de forragem de alta qualidade para 98 milhões de toneladas até 2025, permitindo que a forragem tenha uma participação maior na alimentação de gado leiteiro e de corte. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.