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06/Abr/2023

Tendência baixista para os futuros da soja em 2023

Segundo o Itaú BBA, a perspectiva de transição do fenômeno climático La Niña para o El Niño a partir da metade do ano cria uma conjuntura favorável à produção de grãos nos Estados Unidos e, posteriormente, na América do Sul, o que vem acentuando a trajetória de queda dos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago. Neste momento, o mercado aposta na recuperação da produção norte-americana de grãos, favorecendo a oferta mundial e tornando a relação estoque/consumo (percentual do consumo que pode ser garantido pelo estoque) global maior, o que resulta em preços futuros em trajetória descendente. A atual direção da curva de preços faz sentido com a normalização das safras dos Estados Unidos e da América do Sul.

Nos últimos dois meses, as cotações da soja vêm perdendo força na Bolsa de Chicago, não apenas nos contratos futuros de vencimento mais curto, como ao longo de toda a curva, com os contratos mais distantes negociados abaixo dos vencimentos mais próximos. Isso significa que o mercado enxerga um aperto na oferta no curto prazo e uma normalização no médio/longo prazo, com as próximas safras. A curva dos futuros da soja está em queda, considerando desde os contratos com vencimento em maio de 2023 até aqueles com vencimento em novembro de 2025. O contrato da soja com vencimento em maio de 23 perdeu 2% desde o início de fevereiro.

No Brasil, os preços da oleaginosa caíram de forma mais acentuada: em Sorriso (MT), a soja vinha sendo negociada recentemente abaixo de R$ 130,00 por saca de 60 Kg, 12% menos do que no início de fevereiro. Essa queda mais acentuada no mercado local se deve, em parte, ao fato de os prêmios para a soja nos portos brasileiros estarem negativos. Isso significa que o comprador da soja brasileira quer pagar menos do que pagaria pela soja norte-americana nesse momento, dado todo o contexto de grande safra do Brasil, colheita em andamento e a grande quantidade de soja ainda a ser comercializada, o que resulta nesse cenário de prêmio negativo.

Há possibilidade de uma "correção" da curva dos futuros da soja na Bolsa de Chicago se o clima trouxer problemas durante o plantio ou, principalmente, ao longo do desenvolvimento da safra no Hemisfério Norte, nos meses de julho e agosto, período em que há a definição do potencial produtivo das lavouras. A queda nos preços dos insumos deve favorecer os investimentos do produtor norte-americano em tecnologia, com mais adubação e uso mais intensivo de defensivos, o que também ajuda a proteger as lavouras de problemas com a produção. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.