06/Abr/2023

Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em leve baixa nesta quarta-feira (05/04). O mercado foi pressionado em parte pelo desempenho do farelo e do óleo de soja, que caíram cerca de 1%. Os derivados, por sua vez, recuaram com a expectativa de maior oferta da Argentina, o principal exportador mundial. O vencimento maio da oleaginosa perdeu 6,50 cents (0,43%), e fechou a US$ 15,11 por bushel. O jornal La Nación publicou nesta quarta-feira (05/04) detalhes sobre a terceira rodada do programa conhecido como "dólar soja" na Argentina.

O programa deverá ficar em vigor de 8 de abril a 24 de maio e estabelecer uma taxa de câmbio especial de cerca de 300 pesos por dólar para estimular a venda de soja por parte de produtores. O programa poderá resultar em vendas mais aceleradas do grão, no momento em que continua ingressando no mercado a oferta abundante do Brasil. A fraca demanda chinesa pela soja dos Estados Unidos também pesa sobre os contratos. De acordo com a S&P Global Commodity Insights, a demanda chinesa deverá continuar se desacelerando pelo menos até maio, por causa de fracas margens de esmagamento e uso reduzido de farelo de soja em ração animal.

Um excesso de oferta no começo deste ano resultou em estoques mais amplos, o que está pressionando as margens de esmagamento. As perdas foram limitadas por um anúncio de venda avulsa de soja norte-americana. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que exportadores do país relataram venda de 276 mil toneladas de soja para destinos não revelados, com entrega prevista para o ano comercial 2022/2023. O enfraquecimento do dólar ante o Real, que tende a desestimular as exportações brasileiras, também impediu uma queda mais acentuada dos preços.