03/Abr/2023

Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em alta na sexta-feira (31/03), após estimativas de área e estoques nos Estados Unidos que vieram abaixo da expectativa do mercado. Em seu relatório de intenção de plantio, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projetou que agricultores do país devem semear 35,39 milhões de hectares neste ano, sem variação ante o ciclo anterior. O vencimento maio da oleaginosa avançou 31,00 cents (2,10%), e fechou a US$ 15,05 por bushel.

Tendo em vista o quão apertados estão os estoques nos Estados Unidos, e o crescimento esperado na demanda doméstica, isso provavelmente vai manter o balanço de oferta e demanda apertado ao longo do próximo ano. A estimativa de área foi altista para a soja e o mercado está reagindo de acordo. O USDA informou que os estoques de soja nos Estados Unidos em 1º de março deste ano somavam 45,86 milhões de toneladas, enquanto os analistas esperavam um número maior (47,71 milhões de toneladas).

Os ganhos também foram sustentados pelo recuo do dólar ante o Real, que tende a desestimular as exportações brasileiras. O desempenho do óleo de soja, que subiu mais de 2%, também deu suporte aos preços. O derivado, por sua vez, acompanhou o fortalecimento do petróleo, que faz com que refinarias tenham mais incentivo para misturar biodiesel ao diesel. O óleo de soja é uma das principais matérias-primas usadas na fabricação do biocombustível.

A Bolsa de Cereais de Buenos Aires informou que chuvas na Argentina na última semana atrapalharam a colheita de soja 1ª safra no centro da área agrícola, e que os rendimentos até agora estão abaixo das expectativas iniciais. Caso essa tendência persista, a estimativa atual de produção, de 25 milhões de toneladas, poderá ser reduzida. A parcela da safra em condição boa ou excelente aumentou de 2% para 4% na última semana. O percentual em condição regular ou ruim diminuiu de 73% para 67%.