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29/Mar/2023

Biodiesel e o programa para monitorar a qualidade

A decisão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) de incorporar novas especificações como quesitos obrigatórios para o biodiesel e de estruturar o Programa de Monitoramento da Qualidade do Biodiesel (PMQBio) poderá auxiliar o setor a esclarecer dúvidas quanto à qualidade do biocombustível. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), há ruídos com relação à qualidade, mas não foi possível até hoje destrinchar o problema e chegar às causas. A expectativa é de que, com a nova especificação, o setor tenha um produto mais robusto. A Confederação Nacional do Transporte (CNT) ressaltou que registrou problemas quando o Brasil atingiu a mistura de 13% ao diesel, entre março e abril de 2021.

A CNT realizou uma avaliação com 710 empresários, com 5 ou mais de 500 veículos e que tinham entre 5 anos e mais de 20 anos de experiência no transporte de cargas. O estudo identificou que mais de 60% da amostra registrou problemas mecânicos e teve mais custos com troca de peças, como pistão, bloco de motor e cabeçote. Houve um prejuízo que poderia ser evitado na ordem de R$ 126 mil por veículo danificado. A Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio) afirmou que algumas das falhas relatadas em relação ao uso do biocombustível podem ter sido causadas por outros motivos. Esses problemas devem ser rastreados para identificar se causa é o biodiesel, o diesel, se são produtos não especificados ou se não foi algo causado durante a cadeia e o transporte. Existe a necessidade de inclusão de combustíveis coprocessados e do diesel verde ao programa nacional de biodiesel.

Quanto mais biocombustíveis estiver disponível, a tendência da qualidade de todos é aumentar e os preços se tornarem mais acessíveis. O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) espera a introdução de novos biocombustíveis nas políticas públicas e o RenovaBio precisa capturar essas mesmas tecnologias. A Aprobio afirmou que o setor de biodiesel não é contra a adoção de novos produtos, mas que o aumento da produção dessas novas rotas em outros países do mundo é estimulada pelo governo, de forma a não interferir na competitividade dos biocombustíveis já comercializados. Além disso, é preciso avaliar se a inclusão desses novos combustíveis à mistura pode alterar a qualidade do diesel. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.