27/Mar/2023

Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em alta na sexta-feira (24/03). O mercado passou por um movimento de correção após ter recuado nas três sessões anteriores e acumulado perda de 4,50% no período. O enfraquecimento do dólar ante o Real, que tende a desestimular as exportações brasileiras, também deu suporte aos preços. Os ganhos foram sustentados também pelo desempenho do óleo de soja, que avançou cerca de 2%. O vencimento maio da oleaginosa ganhou 8,75 cents (0,62%), e fechou a US$ 14,28. Na semana passada, caiu 3,27%. A tendência para as cotações, no entanto, ainda é de queda, já que o mercado segue concentrado na ampla oferta brasileira e na fraca demanda chinesa.

Traders estão preocupados com novos surtos de peste suína africana (PSA) na China, que devem resultar em menor demanda por ração animal. O mercado ainda espera que fundos continuem liquidando seu saldo comprado em soja e farelo e aumentando a posição vendida em óleo de soja. O óleo de soja vem caindo com força e acumulou desvalorização de 10% nas três sessões anteriores. Segundo a S&P Global Commodity Insights, apesar das perdas na safra da Argentina, o principal exportador mundial do derivado, as atenções do mercado estão voltadas para a produção recorde no Brasil. Além disso, o óleo de soja vem sendo pressionado pela fraqueza dos mercados de energia, por fatores macroeconômicos e pela fraca demanda de destinos importantes, como China e Índia.

A Bolsa de Cereais de Buenos Aires informou que 2% da safra de soja da Argentina apresentava condição boa ou excelente na última semana, sem variação ante a semana anterior. A parcela em condição normal passou de 23% para 25%, enquanto o porcentual em condição regular ou ruim diminuiu de 75% para 73%. Chuvas nas últimas semanas melhoraram a condição hídrica nas áreas semeadas, mas não afetaram os rendimentos. Além disso, a colheita de soja 1ª safra no centro da área agrícola já teve início. Os rendimentos até agora estão abaixo das mínimas históricas e das expectativas iniciais. Caso essa tendência persista, a estimativa atual de produção, de 25 milhões de toneladas, poderá ser reduzida.