24/Mar/2023

Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em baixa nesta quinta-feira (23/03), após dados de vendas externas dos Estados Unidos que vieram abaixo do piso das estimativas de analistas. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que exportadores venderam 152,5 mil toneladas de soja da safra 2022/2023 na semana encerrada em 16 de março. O volume representa queda de 77% ante a semana anterior e de 55% em relação à média das quatro semanas anteriores. Para 2023/2024, foram vendidas 199 mil toneladas.

A China comprou 204,7 mil toneladas do volume total, de 351,5 mil toneladas. O mercado também foi pressionado pela queda expressiva do farelo e do óleo de soja. O vencimento maio da oleaginosa caiu 29,00 cents (2%), e fechou a US$ 14,19 por bushel. Traders também liquidaram posições compradas diante da concorrência do grão brasileiro no mercado de exportação. A consultoria Agroconsult elevou sua estimativa para a safra brasileira de 153,4 milhões de toneladas para 155 milhões de toneladas. A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) aumentou sua previsão de 152,6 milhões para 153,8 milhões de toneladas.

A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) aumentou sua projeção de exportação de soja do Brasil em março de 14,893 milhões para 15,388 milhões de toneladas. A oferta brasileira deve ser suficiente para abastecer a China e as processadoras da Argentina, que terá uma safra bastante reduzida. A expectativa de uma área semeada maior nos Estados Unidos é outro fator baixista para as cotações. Segundo a AgMarket.net, produtores devem semear 35,57 milhões de hectares com soja neste ano, ante 35,41 milhões de hectares no ano passado. O USDA publica em 31 de março seu relatório de intenção de plantio.