22/Mar/2023

A consultoria Agroconsult projetou a safra de soja 2022/2023 em 155 milhões de toneladas no Brasil, 19,7% acima do ciclo anterior. A estimativa anterior era de 153,4 milhões de toneladas. A área plantada foi estimada em 43,7 milhões de hectares (+4,8%), com produtividade média de 59,1 sacas de 60 Kg por hectare (+14,3%). Na safra passada, o La Niña afetou com precipitação abaixo dos níveis normais no sul de Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Na safra atual, a seca foi muito mais restrita ao Rio Grande do Sul. Se não fosse a quebra de produção no Rio Grande do Sul, a safra brasileira atingiria 160 milhões de toneladas. A produtividade média no Rio Grande do Sul deve alcançar 36,7 sacas de 60 Kg por hectare, ante 27 sacas de 60 Kg por hectare em 2021/2022.

O Estado foi prejudicado primeiro por excesso de chuva que dificultou o plantio em outubro e novembro e depois pelo clima seco no fim do ciclo. A colheita no Estado se aproximava de 5%, então uma boa parcela da safra ainda depende de chuvas no fim de março e início de abril. No Paraná, o rendimento deve atingir 63,1 sacas de 60 Kg por hectare em 2022/2023, superando com folga as 38,2 sacas de 60 Kg por hectare do ciclo anterior. Após o alongamento do ciclo e dificuldade de colheita da soja em virtude de grande volume de chuvas em janeiro, fevereiro e março, o plantio de milho atrasou, e deve haver queda de área e de potencial produtivo no Paraná no milho 2ª safra de 2023. Os produtores devem migrar parte da área que não conseguiram plantar de milho 2ª safra para o trigo.

O produtor do Paraná foi mais cauteloso e resolveu não plantar toda área prevista pois ainda tem na memória prejuízos por geadas e falta de chuvas na safra 2020/2021 após parte da área ser semeada fora da janela ideal. Em Mato Grosso, maior produtor, a produtividade deve ser de 63,5 sacas de 60 Kg por hectare, um novo recorde, superando os também recordes 61,2 sacas de 60 Kg por hectare da temporada passada. Mato Grosso teve o melhor peso de grãos do histórico, melhor quantidade de grãos por planta e melhor estande de plantas. Além de o clima ter colaborado, o investimento em perfil e fertilidade solo, biotecnologia, manejo de pragas e doenças e manejo de colheita contribuiu para o resultado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.