22/Mar/2023

Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em baixa nesta terça-feira (21/03). O mercado foi pressionado em parte pela ampla oferta brasileira no mercado de exportação. A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) aumentou sua projeção de exportação de soja do Brasil em março para 15,388 milhões de toneladas, ante 14,893 milhões de toneladas esperadas na semana passada. O vencimento maio da oleaginosa recuou 19,00 cents (1,28%), e fechou a US$ 14,67 por bushel.

A colheita de soja da safra 2022/2023 de Mato Grosso caminha para a reta final. Até o dia 17 de março, 96,51% da área tinha sido colhida, avanço de 1,68% no comparativo semanal, informou o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). Em igual período de 2022, 98,81% da safra tinha sido colhida, e, na média de cinco anos, 95,50%. No Paraná, a colheita avançou 12% na última semana e alcançou 60% da área cultivada no Estado, segundo boletim semanal do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab).

Segundo analistas, a combinação de oferta volumosa do Brasil e fraca demanda chinesa vem pesando sobre os contratos. Segundo a Hedgepoint Global, a soja, especificamente da safra nova, sofreu um duro golpe recentemente. O fluxo de soja brasileira para a China neste ano tem ficado abaixo da média da última década. Isso e as margens desfavoráveis de esmagamento na China podem ser um indicativo da gravidade dos novos surtos de peste suína africana (PSA) no país asiático.

A representação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em Pequim disse em relatório que a China deve importar 97 milhões de toneladas de soja no ano comercial 2023/2024. O volume representa aumento de 1 milhão de toneladas ante a estimativa para 2022/2023, de 96 milhões de toneladas. Apesar da expectativa de maior importação, os preços de farelo na China continuam relativamente altos e a demanda, fraca. Por isso, as esmagadoras estão mantendo uma postura cautelosa nas compras de soja.