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20/Mar/2023

Futuros da soja recuam com ampla oferta brasileira

Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em queda na sexta-feira (17/03), pressionados pela ampla oferta brasileira e pela fraca demanda chinesa. Os preços da soja na China caíram com força na semana passada, refletindo vendas mais agressivas de produtores brasileiros e menor demanda chinesa para embarque nos próximos meses. O vencimento maio da oleaginosa recuou 15,00 cents (1,01%), e fechou a US$ 14,76 por bushel. Na semana passada, acumulou perda de 2%. O volume semanal de vendas de soja no Brasil ficaria entre 6 milhões e 7 milhões de toneladas, o que poderia ser o maior volume semanal de vendas desde janeiro.

Já a demanda da China vem diminuindo devido à redução do consumo e à fraqueza no setor de reprodução de suínos. Isso resultou em queda dos preços domésticos de farelo e em margens negativas de esmagamento, forçando processadoras chinesas a desacelerar as compras. Os negócios também foram influenciados pelo fortalecimento do dólar ante o Real e pelo recuo do petróleo. A alta da moeda norte-americana tende a estimular as exportações brasileiras, enquanto a queda do petróleo faz com que refinarias tenham menos incentivo para misturar biodiesel ao diesel. O óleo de soja é uma das principais matérias-primas usadas na fabricação do biocombustível. Os preços caíram apesar de a Bolsa de Cereais de Buenos Aires ter reduzido sua estimativa para a safra de soja da Argentina, de 29 milhões de toneladas para 25 milhões de toneladas.

O corte foi motivado pela expectativa de rendimentos abaixo das mínimas históricas e por perdas significativas de área de soja 2ª safra (plantada depois do trigo). O volume esperado representa queda de 44,4% ante a média de produção das últimas cinco temporadas (45 milhões de toneladas). Foi informado que 2% da safra de soja apresentava condição boa ou excelente, sem variação ante a semana anterior. A parcela em condição normal passou de 27% para 23%, enquanto o percentual em condição regular ou ruim aumentou de 71% para 75%. A safra argentina está ficando menor, mas o Brasil está inundando o mercado com sua produção recorde.