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15/Mar/2023

PR: setor terá prejuízo com interdições em estradas

Segundo a Federação da Agricultura e Pecuária do Paraná (Faep), os problemas de interdição em estradas do Paraná, em especial na ligação Curitiba-Paranaguá via BR-277, devem causar prejuízo ao agronegócio estadual. Considerando apenas a logística da soja (sem contabilizar outras cadeias produtivas), o gasto extra caso o escoamento tenha que ser feito pelo Porto de Santos (SP) pode passar de R$ 600 milhões, segundo cálculo do Departamento Técnico e Econômico (DTE). Nos últimos meses, por diversas vezes, a BR-277 esteve interditada de forma total ou parcial por queda de barreiras, rachaduras na pista e risco de desmoronamento. A projeção leva em consideração o cenário de interrupção total da BR-277, única estrada que comporta o tráfego de cargas pesadas até o Porto de Paranaguá. Neste caso, a produção teria que sair por outro complexo portuário.

O frete de caminhão de sete eixos, com capacidade para 57 toneladas, custa R$ 4,86 por saca de 60 Kg no trajeto Cascavel-Paranaguá, que totaliza 600 quilômetros. No itinerário Cascavel-Santos, com distância de 1.000 quilômetros, o frete sai por R$ 7,73 por saca de 60 Kg. A logística traz prejuízo elevado ao setor produtivo, por causa do frete maior. A Faep toma como base a previsão do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), de colheita de soja de 21 milhões de toneladas. O Estado deve exportar 15,7 milhões de toneladas. Se todo esse volume deixasse de sair pelo Porto de Paranaguá, por uma interdição total da BR-277, o prejuízo seria na ordem de R$ 602,7 milhões somente pelo custo de frete a mais até o Porto de Santos (SP). Já existem várias cooperativas e traders que, em razão das más condições da estrada, têm optado por enviar suas cargas para outros portos.

Os portos trabalham com o pagamento de uma taxa de incentivo (ágio) ou desincentivo (deságio) ao transporte de determinadas mercadorias. Nesse momento, para se exportar oleaginosa pelo complexo portuário do Paraná está se praticando um deságio (desconto) de R$ 1,15 por saca de 60 Kg. Ou seja, um prejuízo de R$ 241,31 milhões, caso seja aplicado às 15 milhões de toneladas de soja que devem ser exportadas. O cálculo para chegar ao ágio ou deságio no porto é multifatorial, envolve aspectos como condição climática, estado dos equipamentos usados no complexo e as dificuldades para se chegar ao porto. O trecho da BR-277 na Serra do Mar tem apresentado bloqueios totais e parciais constantemente, o que dificulta o escoamento das cargas. Se a situação piorar, isso pode contribuir também para a aplicação de deságios maiores. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.