03/Mar/2023

A Agroconsult revisou sua projeção para a safra brasileira de soja na safra 2022/2023, de 153,4 milhões de toneladas para 153 milhões de toneladas. Apesar da redução, este volume ainda representa aumento em relação à temporada anterior, quando foram colhidos 129,2 milhões de toneladas. Apesar do problema no Rio Grande do Sul, a safra de soja é muito boa no Brasil. A colheita de soja está atrasada no País, com maiores atrasos reportados no Paraná (15%) e em Mato Grosso do Sul (21%), eixo que escoa o grão por meio do Porto de Paranaguá. Isso foi bom, porque teve muito milho exportado e chuva no porto em fevereiro. Se soja saísse em janeiro, não ia sair do porto e só iria aumentar a fila de navios. O País deve ter colhido 15 milhões de toneladas de soja em janeiro, ante expectativa de 26 milhões de toneladas. Em fevereiro, o Brasil deve ter colhido 51 milhões de toneladas, ante previsão inicial de 44 milhões de toneladas colhidas.

Em março, outros 53 milhões de toneladas devem ser colhidas e, em abril, 34 milhões de toneladas. É isso o que está gerando o descompasso no preço do frete, que veio com alta muito acima da expectativa de tradings e produtores. A expectativa é de safra com produtividade de 58,8 sacas de 60 Kg por hectare no País na safra 2022/2023, ante 51 sacas de 60 Kg por hectare colhidas em 2021/2022. A pequena redução do potencial de produção ocorrida depois de dezembro na maior parte das lavouras já era visível, especialmente no Rio Grande do Sul. Mas outros Estados, como Mato Grosso, compensaram as perdas de produtividade de soja do Rio Grande do Sul. Em Mato Grosso, principal Estado produtor, a previsão é de produtividade recorde da soja, de 63,5 sacas de 60 Kg por hectare em 2022/2023, ante 61,2 sacas de 60 Kg por hectare colhidas em 2021/2022 e estimativa inicial de 60 sacas de 60 Kg por hectare.

Na Bahia, considerando a falta de chuvas dos últimos 15 dias, o rendimento da safra de soja 2022/2023 deve ficar em 69 sacas de 60 Kg por hectare, sendo que poderia passar de 70 sacas de 60 Kg por hectare, ante 65,5 sacas de 60 Kg por hectare de 2021/2022. O recorde de produtividade no Estado foi registrado na temporada 2022/2021, de 68,8 sacas de 60 Kg por hectare. No Paraná, que registra maior atraso na colheita, a produtividade esperada é de 61,5 sacas por hectare ante 38,23 sacas de 60 Kg por hectare de 2021/2022. No Rio Grande do Sul, único Estado que registrou problema de produtividade, a estimativa de rendimento de soja na safra atual foi revisada de 51,5 sacas de 60 Kg por hectare para 38 sacas de 60 Kg por hectare, mesmo assim anda acima das 27 sacas de 60 Kg colhidas por hectare em 2021/2022.

Uma safra normal no Rio Grande do Sul alcança 60 sacas de 60 Kg por hectare. Houve perda principalmente em lavouras semeadas mais cedo. As lavouras de ciclo médio/tardio devem apresentar melhor produtividade. A área de soja na safra 2022/2023 é estimada em 43,4 milhões de hectares, aumento de 4,4% ante os 41,6 milhões de hectares cultivados em 2021/2022. A safra está um pouco atrasada, mas não significativamente atrasada. As exportações de soja devem alcançar 96,1 milhões de toneladas em 2022/2023, alta anual de 22% ante os 78,7 milhões de toneladas exportadas em 2021/2022. O esmagamento interno de soja deve atingir 53,3 milhões de toneladas em 2022/2023, alta anual de 5,7% (50,4 milhões de toneladas esmagadas em 2022), se a mistura de biodiesel ao diesel for elevada dos atuais 10% para 15% em abril. Não há expectativa de exportação de farelo de soja do Brasil para a China em 2022/2023. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.