01/Mar/2023

Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), os fretes das principais rotas a partir de Mato Grosso estão em alta desde antes da colheita da safra 2022/2023 e se aproximam dos picos do ano passado. O aumento do frete acompanha a maior demanda por caminhões para transporte da safra de soja. Em comparação com o ano passado, postergou-se um pouco o pico da colheita, mas nas últimas semanas estão sendo observados os maiores preços, principalmente por conta desse momento. O trecho Sorriso (MT) e Rondonópolis (MT) teve aumento no frete de 26% desde o começo do ano. No trecho entre Sorriso (MT) e Paranaguá (PR), a alta foi de 31%. Entre Sorriso (MT) e Miritituba (PA), o frete subiu 17% na mesma base de comparação.

Ainda não é possível dizer que este será o pico do ano porque isso depende do tamanho da 2ª safra de milho de 2023. Ao que tudo indica, será uma safra muito grande de milho, se não tivermos problema climático, isso também pode pressionar o custo dos fretes no segundo semestre. Se vier em 46 milhões de toneladas como o esperado, o frete ficará em alta o ano inteiro. Além de uma safra maior de soja no Estado, também influenciou no fato de o frete em Mato Grosso já estar perto dos picos de 2022 o aumento do custo do transporte como um todo, não só do diesel, mas de lubrificantes, pneus e até da aquisição de caminhão com juros mais altos. As chuvas no Estado alongaram o ciclo da oleaginosa e tiveram impacto pontual na colheita, mas o fluxo ao longo do último mês tem sido normal.

Até meados de março e início de abril o frete deve se manter em níveis firmes. É o período de forte escoamento dos armazéns. A partir daí haverá uma diminuição de demanda de caminhões até a entrada da 2ª safra de 2023. A comercialização atrasada da soja só terá efeito no frete se o atraso continuar sendo significativo ao longo dos próximos meses. Aí começa a encurtar a janela e a diminuir espaço e pressionar contra a 2ª safra de 2023, pois será preciso de esvaziar os armazéns para receber milho. As tradings e os armazéns gerais normalmente obrigam o produtor até meados de maio a limpar os armazéns. Ele vai ser pressionado a comercializar. Isso pode gerar uma sobrecarga pontual em algum momento. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.