27/Fev/2023

As estimativas para as safras argentinas de soja e milho para 2022/2023 parecem não encontrar piso. A sucessão de déficit hídrico, onda de calor e geadas antecipadas motivou novos ajustes nas projeções da Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA) para ambas as safras em seu relatório semanal. De acordo com a avaliação do estado atual das lavouras, a entidade reduziu sua previsão para o volume da safra de soja de 38,0 milhões de toneladas para 33,5 milhões de toneladas e ampliou a diferença para 22,6% com a produção da safra 2021/2022, que totalizou 43,3 milhões de toneladas. As primeiras geadas no oeste da área agrícola, aliadas à falta de chuvas e à insolação registradas no início deste mês, reduziram a estimativa para a produção de soja.

As áreas mais afetadas pelas baixas temperaturas se concentraram em San Luis, no sul de Córdoba e no norte de La Pampa-oeste de Buenos Aires. As lavouras de soja de segunda safra foram as mais afetadas pelo impacto da geada. A gravidade dos danos será avaliada nas próximas semanas e, dependendo do impacto nas lavouras, a atual estimativa de produção poderá sofrer uma nova atualização. Em seu relatório semanal, o BCBA apontou que sete em cada dez hectares com soja nobre estão definindo rendimentos no centro da área agrícola com reservas de água esgotadas e sem perspectivas de chuvas de curto prazo. Ao norte da área agrícola, a área implantada depende das chuvas previstas para os próximos sete dias, enquanto 11% das lavouras iniciam seu período crítico.

Em relação à condição das plantas, a entidade reduziu a proporção de soja em condição normal excelente de 44% para 40% e afastou-a dos 75% vigentes há um ano. Hoje, 60% das plantas estão ponderadas em estado regular/ruim, contra 56% na semana anterior e 25% na mesma época em 2022. Sobre a umidade do solo, 71% estão em condição regular/seca, ante 67% no relatório anterior e 41% em 2022. A nova estimativa da safra de soja da BCBA ficou abaixo dos 34,5 milhões projetados pela Bolsa de Cereales de Rosario (BCR) e dos 41,0 milhões de toneladas previstos pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Fonte: Bolsa de Cereales de Buenos Aires (BCBA). Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.