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16/Fev/2023

Preços da soja sofrem nova baixa no mercado spot

No mercado interno, os preços da soja recuaram entre R$ 0,50 e R$ 1,00 por saca de 60 Kg, com queda dos futuros em Chicago. Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam em baixa nesta quarta-feira (14/02). O mercado foi pressionado pelo fortalecimento do dólar ante o Real, que tende a estimular as exportações brasileiras. O Brasil é o principal concorrente dos Estados Unidos no mercado de exportação de soja e deve embarcar 9,4 milhões de toneladas em fevereiro. Além disso, compradores chineses estão agora mais interessados na soja sul-americana do que no grão dos EUA. O vencimento maio/2023 recuou 10,50 cents (0,69%), para US$ 15,1950 por bushel. O dólar avançou frente ao Real nesta quarta-feira (15/02), refletindo salto da moeda norte-americana no exterior em meio a temores sobre o ciclo de alta de juros do Federal Reserve, mas falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente da Câmara, Arthur Lira, ajudaram a limitar as perdas da divisa brasileira. No mercado à vista, o dólar fechou em alta de 0,36%, a R$ 5,2182 na venda.

O clima na América do Sul segue no centro das atenções do mercado futuro de soja na Bolsa de Chicago (CBOT). Por mais que chova no país, há perdas que já não são passíveis de recuperação. Um período de chuvas em bom volume e com alguma regularidade favoreceria as lavouras em fases reprodutivas, mas as plantadas mais cedo, que pegaram clima seco em dezembro e na primeira metade de janeiro, as chuvas de agora já não têm como recuperar. O clima na Argentina deve continuar a influenciar os futuros, pois o plantio foi concluído no fim de janeiro e as áreas plantadas mais tarde precisarão de umidade até março. A previsão é de chuvas esparsas na Argentina nos próximos dias. Porém, que as precipitações serão insuficientes para compensar totalmente os efeitos do prolongado déficit hídrico. A definição da safra sul-americana será central para o balanço de oferta e demanda mundial. Dependendo do tamanho da quebra argentina, existe a preocupação sobre quanto o país vai esmagar de soja e comercializar de farelo e óleo.

A Argentina tem buscado importar soja no Brasil para processamento. O line up está indicando exportação de soja do Brasil para Argentina inclusive pelos portos do Arco Norte. Isso se explica pelo fato de que os portos da região costumam receber soja do Centro-Oeste, colhida antes da oleaginosa do Sul do País, região mais próxima da Argentina. A produção de soja no Brasil está estimada pela nossa Consultoria em 2022/2023 em 153,4 milhões de toneladas. O volume é 22% superior à temporada 2021/2022, em decorrência das excelentes condições das lavouras na maior parte do País. Na maior parte das regiões, as lavouras tiveram bom desenvolvimento em cenário de clima favorável. São detectados maiores pesos de grãos e aumento no número de grãos por hectare. A exceção fica por conta da quebra de produção no Rio Grande do Sul, devido ao clima seco. A situação no Rio Grande do Sul, porém, é preocupante.

Nas últimas semanas, a estiagem se agravou - justamente no momento que, devido ao plantio mais tardio nesta temporada, 80% da área plantada se encontrava em período reprodutivo, crítico para os resultados. A previsão de produtividade caiu de 55,0 sacas (3.300 Kg por hectare) para 38,1 sacas por hectare (2.290 Kg por hectare) no Estado, reduzindo a produção dos esperados inicialmente 21,6 milhões de toneladas, para 15,0 milhões de toneladas. Caso prossiga a irregularidade do clima, sem as chuvas aguardadas esta semana, há a possibilidade de nova redução na produtividade. Se isso ocorrer, a safra no Rio Grande do Sul poderá recuar mais, impactando no resultado final da produção brasileira. No mercado interno, em Mato Grosso, na região de Sorriso, as tradings oferecem, para exportação, de R$ 146,00 a R$ 147,00 por saca de 60 Kg, com retirada e pagamento em março. Há um aumento das ofertas de lotes de soja disponível, por R$ 154,00 por saca de 60 Kg, com embarque e pagamento em abril.

A comercialização antecipada da soja da safra 2023/2024 ainda não é uma preocupação de produtores da região. As indicações de compra estão em R$ 135,00 por saca de 60 Kg ou US$ 24,50 por saca de 60 Kg, para embarque em fevereiro e pagamento em março. No Paraná, há movimentação para fábricas e exportação. Na região de Ponta Grossa, saem negócios por R$ 173,00 por saca de 60 Kg para entrega em fevereiro e pagamento no fim de abril. No Porto de Paranaguá, saem negócios com lotes por R$ 176,00 por saca de 60 Kg para entrega em fevereiro e pagamento no fim de março. Há, também, negócios em Paranaguá por R$ 177,00 por saca de 60 Kg para entrega em fevereiro e pagamento no fim de abril. Também é possível fechar acordos por R$ 176,50 por saca de 60 Kg para entrega em março e pagamento no fim de abril. No oeste do Paraná, os compradores propõem R$ 166,00 por saca de 60 Kg para entrega em fevereiro e pagamento no fim de abril.

Para entrega nos terminais ferroviários do norte paranaense em fevereiro, os compradores propõem R$ 168,50 por saca de 60 Kg, com pagamento no fim de março, e R$ 169,00 por saca de 60 Kg, com pagamento no fim de abril. No Rio Grande do Sul, a comercialização avança para venda externa. No Porto de Rio Grande, são fechados contratos por R$ 180,00 a R$ 182,00 por saca de 60 Kg para entrega em março e pagamento no fim de março. Na região de Passo Fundo, a indicação de compra é de R$ 172,00 por saca de 60 Kg para entrega imediata e pagamento no fim de março. No Porto de São Francisco do Sul (SC), saem acordos por R$ 176,00 por saca de 60 Kg para entrega em fevereiro e pagamento no fim de março. Há negócios, também, a R$ 177,50 por saca de 60 Kg para entrega em fevereiro e pagamento no fim de abril. No Porto de Santos (SP), os compradores indicam R$ 176,50 por saca de 60 Kg para entrega em março e pagamento no fim de março.