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13/Fev/2023

Brasil está elevando as exportações de soja e milho

A Cargill espera acompanhar o ritmo de crescimento das exportações brasileiras de soja e milho da safra 2022/2023. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que o Brasil exporte 93,9 milhões de toneladas na safra atual, aumento de 20% ante a temporada atual. De milho, a projeção é de vendas externas de 47 milhões de toneladas, estáveis ante o ciclo 2021/2022. O atraso reportado na exportação de soja em janeiro, em virtude da colheita mais lenta do grão na comparação entre as safras, deve ser compensado com embarques mais escalonados ao longo do ciclo. Como mercado, o Brasil perdeu oportunidade de exportar milhares de toneladas em janeiro que serão distribuídas ao longo do ano. Não deixará de exportar, mas terá maior uso da capacidade portuária à frente. É melhor ter chuva que gera safra maior do que ter capacidade portuária mais utilizada em janeiro a custo de seca e rendimento inferior.

O atraso nos embarques de soja inicialmente contratados para janeiro gerou gargalos logísticos, especialmente no Porto de Paranaguá (PR), em virtude do acúmulo de navios no complexo portuário. O mercado, em geral, posicionou navios esperando chegada cedo da safra e os embarques atrasaram de 15 dias a 20 dias, o gerou espera e acúmulo de embarcações nos portos. No Porto de Paranaguá, a situação já se complicou e vai levar um tempo para digerir isso. Nos outros portos, há perda de capacidade porque não se utilizou no mês. Entretanto, apesar de retardarem a entrada da soja no mercado, as chuvas contribuíram para o bom desenvolvimento de parte da safra, influenciando no rendimento do grão. Para a agricultura brasileira, mesmo com pequeno atraso, está sendo uma safra fantástica. A vantagem das chuvas para a produtividade foi ótima para a perspectiva de colheita recorde. A Cargill vê, à exceção dos problemas climáticos no Rio Grande do Sul, uma safra recorde de soja, com bons rendimentos e preços favoráveis ao produtor.

Neste ano, o preço em Reais por saca de 60 Kg para o produtor brasileiro tende a ser tão bom quanto foi no ano passado. Neste momento, de saída da entressafra e entrada no pico da safra, é normal haver queda do basis (prêmio) e queda do preço em Reais, mas, para o ano-safra, a visão é de preço em Reais fortalecido. Em contrapartida à boa safra brasileira, a Argentina enfrentará uma das maiores frustrações de safra. A menor produção no país vizinho, um dos principais concorrentes do Brasil no mercado global de grãos, deve contribuir para o fortalecimento dos preços dos grãos brasileiros. Em soja, a Argentina exporta menor volume em grão e maior volume em farelo e óleo de soja. Havendo diminuição da oferta de produto em grão, a Argentina deve reduzir a oferta de farelo e óleo de soja, o que fará com que o cenário global de esmagamento de soja opere com margens mais altas. Isso também beneficia o Brasil, em preços.

Dificilmente o Brasil deve exportar mais farelo e óleo de soja porque a indústria trabalha no limite da capacidade. O que pode ocorrer é que exista na entressafra estoque de passagem para que indústrias menores e cooperativas operem o ano inteiro. A indústria brasileira deve operar neste ano com maior teor de ocupação, a partir de julho e agosto, e em cenário de margens mais elevadas. Em milho, a quebra na safra argentina, que exporta volumes significativos do cereal, pode abrir oportunidade para maior exportação pelo Brasil, pelos Estados Unidos e por players do Mar Negro. O Brasil já tem vendas programadas de milho para março. É raro o país exportar soja e milho ao mesmo tempo, exatamente durante o pico da safra de soja. Isso vai ocorrer porque a safra de milho foi boa, o que permitiu ao País ter estoques de passagem neste ano e pela quebra na safra de milho argentina. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.