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06/Fev/2023

Tendência é de preços firmes para a soja no Brasil

A tendência é de sustentação para os preços da soja no mercado interno. Na Bolsa de Chicago, os contratos futuros para 2023 oscilam no intervalo entre US$ 13,70 a US$ 15,40 por bushel, acima da faixa da semana anterior, que foi de US$ 13,50 a US$ 15,10 por bushel, mas ainda bem superior à média histórica dos últimos 10 anos, de US$ 11,11 por bushel. A valorização externa e a firme demanda por farelo de soja estão interrompendo o movimento de queda nos preços do grão em algumas regiões brasileiras. Esse cenário, inclusive, limita a queda na média mensal. Além disso, os baixos estoques e o ritmo mais lento da colheita frente ao ano anterior também sustentam os valores. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta alta de 1,2%, cotado a R$ 177,03 por saca de 60 Kg.

A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra avanço de 0,3% nos últimos sete dias, a R$ 170,87 por saca de 60 Kg, sendo 2,8% e de 3,6% inferiores às de médias de dezembro/2022 e as menores desde dezembro/2021. Nos últimos sete dias, os preços apresentam baixa de 0,6% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,2% no mercado de lotes (negociações entre empresas). De dezembro para janeiro, as médias registram recuo de 1,9% no mercado de balcão e 2,6% no mercado de lotes. Nas últimas semanas, preocupações relacionadas à oferta limitada e à perda de produção na América do Sul deslocaram demandantes aos Estados Unidos. De acordo com o relatório de inspeção e exportação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os embarques norte-americanos cresceram 1% entre as duas últimas semanas e 31% frente a igual período de 2021. Diante disso, na Bolsa de Chicago, o contrato Março/2023 da soja tem avanço de 0,7% nos últimos sete dias.

Em janeiro, a média foi de US$ 15,10 por bushel, valorização de 2,4% sobre a média de dezembro/2022 e um recorde para o mês. No Brasil, as exportações de soja somaram apenas 851,8 mil toneladas em janeiro, expressivas quedas de 57,8% frente às de dezembro/2022 e de 65,2% em relação às de janeiro/2022. As expectativas de maior demanda global por farelo de soja e incertezas sobre a disponibilidade do coproduto da Argentina (principal exportador mundial) estão elevando os preços externos do derivado, que atingem patamares recordes. Na Bolsa de Chicago, o contrato Março/2023 do farelo de soja registra alta de 3,1% nos últimos sete dias. Entre as médias de dezembro/2022 e de janeiro/2023, a alta foi de expressivos 6,7%, para o contrato de primeiro vencimento, a US$ 533,77 por tonelada no último mês, esta é a maior média nominal desde maio/2014 e um recorde para janeiro. Os prêmios de exportação do farelo de soja também estão em alta no mercado brasileiro. Esse cenário sustenta os preços internos do farelo de soja.

A alta no spot nacional, entretanto, é limitada pela ausência de alguns consumidores, que usam o derivado em estoque, na expectativa em adquirir novos volumes a preços menores nas próximas semanas, fundamentados na safra recorde de soja no Brasil. Os preços do farelo de soja estão praticamente estáveis nos últimos sete dias. De dezembro/2022 e de janeiro/2023, houve alta de 2,6%, com a média na região de Campinas (SP) a R$ 2.955,72 por tonelada, a segunda maior nominal da série história iniciada em janeiro/2099 (abaixo apenas da registrada em março/2022, quando atingiu R$ 2.971,22 por tonelada). Diante do aumento nos preços deste derivado, a participação do farelo de soja no “crush margin” esteve acima de 67% em janeiro, maior percentual observado desde 1º de março de 2021. Esse dado é calculado com base nos preços de soja, farelo e óleo de soja negociados em São Paulo. Com isso, o “crush margin” tem alta de 11,3% nos últimos sete dias e de 28,22% quando consideradas as médias de dezembro/2022 e janeiro/2023.

No que se refere ao óleo de soja, incertezas quanto à demanda para os setores de alimentação e, especialmente, de biodiesel impedem reações nos preços. Além disso, a firme demanda por farelo de soja pode incentivar o processamento do grão, resultando em maior disponibilidade de óleo de soja. Com isso, embora o contrato Março/2023 do óleo negociado na Bolsa de Chicago tenha registrado leve avanço de 0,2% nos últimos sete dias, a média mensal de janeiro caiu 4,2% frente à de dezembro. Ainda assim, a média do último mês foi recorde para janeiro, em termos nominais. Diante da queda externa e dos baixos prêmios de exportação de óleo de soja no Brasil, os valores domésticos também estão recuando. O preço do óleo de soja (posto em São Paulo com 12%de ICMS) registra significativa queda de 4,6% nos últimos sete dias. Entre dezembro/2022 e janeiro/2023, a desvalorização foi de 6,6%, com média de R$ 6.945,43 por tonelada, a menor desde fevereiro/2021 (R$ 5.978,87 por tonelada). Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.