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03/Fev/2023

Preços da soja têm forte queda com recuo do dólar

No mercado interno, os preços da soja sofreram fortes baixas, com a alta dos futuros em Chicago mais do que anulada pela forte baixa do dólar no Brasil. Os preços ao produtor recuaram entre R$ 2,00 a até R$ 3,00 por saca de 60 Kg. O dólar se recuperou depois de ter sido negociado abaixo do nível de R$ 5,00 pela primeira vez em quase oito meses, mais ainda fechou no menor patamar desde agosto nesta quinta-feira (02/02), depois que uma nova desaceleração no ritmo de aperto monetário nos Estados Unidos e a sinalização de juros elevados por mais tempo no Brasil pintaram um quadro de diferencial de taxas favorável à divisa doméstica.

A moeda norte-americana à vista fechou em queda de 0,35%, a R$ 5,0457 na venda, patamar de encerramento mais baixo desde 29 de agosto de 2022 (R$ 5,0330). O dólar caiu até 2,42%, para R$ 4,9408, mas se recuperou ao longo da tarde. Até agora em 2023, a divisa norte-americana cai 4,4% frente à brasileira. No acumulado de 2022, o dólar recuou 5,3% em relação ao Real. Os contratos futuros de soja fecharam em alta nesta quinta-feira na Bolsa de Chicago (CBOT), impulsionados pela incerteza em torno das condições climáticas na Argentina.

O vencimento março/2023 subiu 14 cents (0,92%) e terminou em US$ 15,34/bushel. A seca na Argentina continua e as perdas no potencial produtivo seguem se intensificando, ajustando a oferta mundial da oleaginosa. Chuvas esparsas estão previstas para a Argentina até o fim da semana, com outro período de seca vindo depois. A representação do USDA em Buenos Aires reduziu de 49 milhões de toneladas, para 36 milhões de toneladas sua estimativa para a produção de soja na Argentina em 2022/2023. Segundo o escritório do USDA, o corte foi motivado pelo clima quente e seco no país no fim de 2022.

No Brasil, as atenções se voltam para a colheita, que continua lenta em regiões importantes em função do excesso de chuvas e atrasa a chegada dos novos volumes ao mercado. Os line ups nos portos são grandes e o tempo de espera também, o que motiva mais demanda pela soja norte-americana, dando suporte às cotações futuras em Chicago. O atraso da colheita no Brasil, que já começa a atrapalhar a logística de exportação, com navios que devem prolongar a espera pela mercadoria, pode ser visto como uma oportunidade para os exportadores norte-americanos.

Fonte: Cogo Inteligência em Agronegócio.