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10/Jan/2023

China: importações poderão recuar no longo prazo

Em análise publicada nesta segunda-feira (09/01), o Rabobank projeta que as importações de soja da China podem já ter atingido o seu pico em 2020 (100,3 milhões de toneladas). Até 2030, a compra chinesa de soja do exterior deve cair, acompanhando a redução no uso de farelo de soja em ração no país, segundo o Rabobank. A taxa de inclusão de farelo de soja na ração provavelmente cairá de 15,3% em 2021 para 13,5% em 2025 e 12% em 2030. Em um cenário de baixo teor de farelo de soja, as importações de soja da China diminuirão ao longo do período de previsão. O país precisará importar apenas 87 milhões de toneladas em 2025 e 84 milhões de toneladas em 2030. Por outro lado, se a taxa de inclusão de farelo de soja permanecer nos níveis de 2021 (15,3%), as importações de soja serão de 98 milhões de toneladas em 2025 e 105 milhões de toneladas em 2030. Na avaliação do Rabobank, a taxa de inclusão de farelo de soja na ração deverá cair em virtude da campanha do governo chinês com o objetivo de diminuir a dependência da soja importada para garantir a segurança alimentar. O aumento da produção chinesa de soja e das importações diretas de farelo de soja reduziriam ainda mais a previsão de importação da oleaginosa, embora a compra para estoques estatais aumentaria as quantidades importadas em alguns anos.

Em um cenário de redução de uso de farelo na ração, o uso extra de aminoácidos será necessário para atender necessidades nutricionais dos animais. Os players chineses de aminoácidos se beneficiarão do aumento da demanda doméstica, mas sua capacidade de exportação pode ser comprometida. A China é um grande exportador de certos aminoácidos como lisina e treonina. A mudança em direção a um maior consumo doméstico levará compradores estrangeiros a diversificar suas cadeias de suprimentos, diminuindo a dependência dos suprimentos da China. As fórmulas de ração com baixo teor de farelo de soja também trarão oportunidades para outros fabricantes de ingredientes para rações. Por exemplo, a aplicação de enzimas aumentará juntamente com o aumento do uso de refeições proteicas alternativas, lembrando que elas requerem mais enzimas para melhorar a absorção de nutrientes e reduzir os fatores antinutricionais. Está surgindo uma série de startups focadas em novas fontes de proteína alimentar a partir de insetos e micróbios. No longo prazo, essas novas proteínas darão contribuições positivas na economia de recursos naturais e redução das emissões de carbono.

No entanto, como a maioria delas ainda está no estágio de desenvolvimento, há grande incerteza sobre o cronograma para alcançar a viabilidade comercial na China. Uma desaceleração e eventual redução nas importações de soja da China deve remodelar os fluxos comerciais globais. Embora a China continuará sendo o maior importador, o crescimento adicional vai se deslocar da China para outras regiões e ser impulsionado principalmente por economias emergentes no Oriente Médio, Sudeste Asiático e Sul da Ásia. Os comerciantes precisarão realinhar seus negócios para novos mercados de destino e aumentar investimentos em infraestrutura nessas regiões. O volume global de comércio de farelo de soja deve aumentar em ritmo rápido. Impulsionados pela crescente demanda por biocombustíveis, os EUA e o Brasil devem expandir suas capacidades de esmagamento e processar mais grãos internamente, mantendo mais óleo de soja para uso local e exportando volumes crescentes de farelo de soja. Isso beneficiará os comerciantes integrados, especialmente aqueles com plantas de esmagamento nas Américas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.