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21/Dez/2022

Preços da soja recuam com a forte queda do dólar

No mercado interno de soja, os preços recuaram entre R$ 0,50 e R$ 1,00 por saca de 60 Kg, puxados pela forte queda do dólar. Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam em alta na terça-feira (20/12). Os ganhos foram sustentados em parte pelo enfraquecimento do dólar ante o Real, que tende a desestimular as exportações brasileiras. O Brasil é o principal concorrente dos Estados Unidos no mercado de exportação de soja e deve embarcar 1,75 milhão de toneladas em dezembro, de acordo com a estimativa mais recente da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec). O vencimento março/2023 avançou 16,25 cents (1,11%), para US$ 14,79 por bushel. A costura de um acordo entre lideranças no Congresso e o governo eleito para desidratação da PEC da Transição, com redução do prazo de validade de dois para um ano, embalou uma onda de redução de prêmios de risco nos ativos domésticos nesta terça-feira (20/12) e fez o dólar flertar com fechamento abaixo da linha de R$ 5,20, voltando a níveis vistos no início de dezembro.

Com ajustes técnicos nas últimas horas de pregão, o dólar reduziu um pouco o ritmo de baixa e encerrou o dia em queda de 1,93%, cotado a R$ 5,2066 - menor valor de fechamento desde 7 de dezembro. A atualização da previsão do tempo para a Argentina é o principal fator a ser monitorado por investidores do mercado futuro de soja na Bolsa de Chicago (CBOT), seguido da demanda pelo grão norte-americano. A Argentina é o maior exportador global de farelo de soja e um clima mais benéfico para a safra do país favoreceria também a oferta do farelo. As áreas de cultivo do país devem ter tempo seco e temperaturas acima do normal no começo desta semana. No fim da semana, no entanto, uma frente fria deve provocar chuvas e manter as temperaturas mais amenas. As especulações sobre novas chuvas em áreas agrícolas da Argentina pressionaram o farelo e a soja.

Porém, para ter uma influência baixista real, devem ser volumes importantes de chuvas e com ampla cobertura, já que a falta de umidade afeta boa parte das regiões agrícolas argentinas, que apresentam um atraso preocupante no plantio. Já as vendas de soja em grão argentina seguem aceleradas menos de duas semanas antes do fim do "dólar soja 2". Os produtores argentinos negociaram 3,7 milhões de toneladas de soja desde a implementação, em 28 de novembro, até 15 de dezembro. A segunda rodada do Programa de Incremento das Exportações fixou até 30 de dezembro uma taxa de câmbio especial de 230 pesos por dólar para estimular a venda de soja por parte de produtores. No mercado interno, no norte do Paraná, saem negócios a R$ 182,00 por saca de 60 Kg para retirada imediata e pagamento em 16 de janeiro, por necessidade de abastecimento de indústria.

No Paraná, na região de Ponta Grossa, saem negócios a R$ 188,00 por saca de 60 Kg para entrega imediata e pagamento no começo de fevereiro. Nos terminais ferroviários do norte paranaense, os compradores indicam R$ 169,00 por saca de 60 Kg para entrega em março e pagamento no fim de abril e R$ 170,40 por saca de 60 Kg para entrega em abril e pagamento no fim de maio. No Porto de Paranaguá (PR), a indicação é de R$ 178,50 por saca de 60 Kg para entrega em março e pagamento no fim de abril e R$ 178,80 por saca de 60 Kg para entrega em abril e pagamento no fim de maio. Em Mato Grosso, na região de Campo Verde, os compradores indicam R$ 165,00 por saca de 60 Kg para retirada ainda em dezembro e pagamento no fim de janeiro. Os produtores, contudo, pedem R$ 170,00 por saca de 60 Kg para desovar os grãos que restam em estoque. Para a safra 2022/2023, a indicação de compra é de R$ 157,00 por saca de 60 Kg FOB para embarque em fevereiro e pagamento no fim de março.

Fonte: Cogo Inteligência em Agronegócio.