01/Dez/2022

Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em alta nesta quarta-feira (30/11), impulsionados pela expectativa de que a China enfraqueça suas políticas rígidas de combate à Covid-19, em meio a protestos civis, proporcionando um aumento de demanda nos mercados em geral, incluindo nos grãos. O vencimento janeiro subiu 10 cents (0,69%) e fechou a US$ 14,69 por bushel. A percepção é de que as medidas para reabrir antes do inverno do Hemisfério Norte são improváveis na China, mas certamente se a agitação civil continuar pode haver algumas mudanças menores nas políticas. A demanda pela oleaginosa norte-americana contribuiu para os ganhos.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reportou vendas avulsas de 136 mil toneladas para a China, com entrega no ano comercial 2022/2023. Essa é a segunda divulgação de negociações de soja norte-americana na semana. No total semanal já são 246 mil toneladas em vendas avulsas. O clima seco na Argentina, que interfere no processo de semeadura da nova safra, foi outro fator a dar suporte aos preços. O plantio da próxima temporada 2022/2023 está muito lento e algo inédito está ocorrendo: mais de 1 milhão de hectares da região central só serão plantados em dezembro, quando as chuvas devem trazer mais umidade ao solo.

Apesar das adversidades climáticas, o novo "dólar soja" vem trazendo alívio ao país, já tendo gerado vendas de 500 mil toneladas do grão em dois dias de aplicação, ante uma média semanal de 150 mil toneladas. A fala da presidente da Câmara norte-americana, Nancy Pelosi, de que os legisladores aprovarão um projeto de lei para forçar os sindicatos ferroviários a aceitar um acordo, evitando uma greve no país, também deu suporte às cotações. Um grande percentual da soja dos Estados Unidos é exportado, e a maioria desses grãos é transportada pelos rios ou por ferrovias e, com todos os problemas com o Rio Mississipi neste ano, a importância da ferrovia aumentou.