29/Nov/2022

Os futuros de soja fecharam em alta na Bolsa de Chicago nesta segunda-feira (28/11), impulsionados pelo recuo do dólar ante o Real e sinais de demanda pelo produto norte-americano. O vencimento janeiro subiu 21 cents (1,46%) e fechou a US$ 14,57 por bushel. A moeda norte-americana se desvalorizava em relação ao Real, o que desestimula vendas para exportação do Brasil, principal concorrente dos Estados Unidos no mercado internacional. Novas vendas dos Estados Unidos contribuíram para a alta da oleaginosa.

Exportadores do país relataram vendas de 110 mil toneladas de soja para destinos não revelados, com entrega no ano comercial 2022/2023, como informou o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Por outro lado, o volume de soja inspecionado em portos dos Estados Unidos diminuiu na semana encerrada no dia 24 de novembro. Segundo dados do USDA, o total recuou 16,5% na comparação com a semana anterior, para 2,02 milhões de toneladas.

Investidores avaliam ainda a perspectiva de demanda da China. Apesar de relaxarem restrições em algumas regiões do país nesta segunda-feira (28/11), autoridades chinesas reafirmaram seu compromisso com a estratégia de Covid zero, mesmo após multidões protestarem nas ruas. A implementação de um novo "dólar soja" na Argentina, com o intuito de aumentar as exportações do país, limitou os ganhos.

O governo argentino publicou nesta segunda-feira (28/11) o decreto 787/2022, que permite que os embarques da commodity sejam feitos a uma taxa de câmbio especial de 230 pesos (ante patamar de 200 pesos) até o dia 31 de dezembro deste ano. A medida faz parte do Programa de Incremento das Exportações, criado em setembro, e visa arrecadação total de US$ 3 bilhões. O avanço do plantio no Brasil também evitou altas maiores. De acordo com dados levantados pela AgRural, os trabalhos de campo atingiram 87% da área estimada para o País até o dia 24 de novembro, em comparação com 80% uma semana antes e 90% no mesmo período do ano passado.