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28/Nov/2022

Tendência é de preços firmes para a soja no Brasil

Na Bolsa de Chicago, os contratos futuros para 2023 oscilam no intervalo entre US$ 13,80 a US$ 14,50 por bushel, ligeiramente acima da faixa da semana anterior, que foi de US$ 13,70 a US$ 14,30 por bushel, e ainda bem superior à média histórica dos últimos 10 anos, de US$ 11,11 por bushel. No mercado interno, a tendência é preços sustentados para a soja em grãos, com a demanda interna aquecida e o dólar em patamares mais elevados nesta segunda quinzena de novembro. O dólar fechou em alta na sexta-feira (25/11), com o mercado reagindo mal à fala do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, cotado para assumir o ministério da Fazenda no próximo ano. O dólar subiu 1,89%, cotado a R$ 5,4103. Com esse resultado, o dólar acumula alta de 4,7% frente ao Real neste mês. No ano de 2022, tem queda de 2,9%. As chuvas abaixo do esperado em localidades das Regiões Sul e Centro-Oeste do País têm preocupado os produtores quanto ao desenvolvimento das lavouras.

Parte dos produtores do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, inclusive, desacelerou a semeadura da oleaginosa, no intuito de aguardar maior umidade do solo. Na Argentina, a escassez de chuva é ainda maior, cenário que limita as atividades de campo e deixa os produtores em alerta. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, dos 16,7 milhões de hectares de soja a serem cultivados na Argentina, apenas 19,4% foram semeados até o dia 24 de novembro, atraso de 20% em relação ao mesmo período de 2021. No Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica que, dos 43,2 milhões de hectares a serem cultivados com soja, 76% haviam sido semeados até o dia 19 de novembro, abaixo dos 86% em igual período da temporada anterior. Dentre os Estados, 98,8% da área foi semeada em Mato Grosso, abaixo dos 99,5% há um ano. Em Mato Grosso do Sul, 96% da área foi semeada, contra 99% em 2021. Em Goiás, apenas 76% da área foi cultivada, inferior aos 94% semeados há um ano. Em Minas Gerais, a semeadura alcançou 74% da área, abaixo dos 95% no mesmo período do ano passado.

O Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec) prevê chuvas para os próximos dias em ambos os Estados. Na região do MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), a semeadura da oleaginosa também está atrasada em relação ao ano passado, mas há probabilidade de chuvas até o dia 29 de novembro. 40% da área destinada à soja foi semeada no Maranhão, abaixo dos 50% há um ano. No Tocantins, a semeadura alcançou 60% da área, inferior aos 85% no mesmo período do ano passado. No Piauí, 38% da área com soja foi semeada, abaixo dos 50% há um ano. Na Bahia, 52% da área de soja foi semeada, 28% inferiores ao cultivado no mesmo período de 2021. No Paraná, a semeadura cobre 90% da área destinada à soja, inferior aos 95% há um ano. Há previsão de chuvas para os próximos dias, mas devem ser esparsas dentre as regiões do Estado. No Rio Grande do Sul, a semeadura da soja soma 34% do estimado, 18% atrás do cultivado há um ano.

Em Santa Catarina, 40% da área foi semeada, expressivos 30,7% abaixo da área semeada no mesmo período do ano passado. O Cptec indica probabilidade de 90% de chuvas a partir desta segunda-feira (28/11) para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Em São Paulo, por sua vez, a semeadura nesta temporada está mais avançada, cobrindo 90% da área, acima dos 83% cultivados há um ano. A previsão é de chuvas até o dia 5 de dezembro. O ritmo de negociação está desacelerado, refletindo a desvalorização do dólar frente ao Real e a menor demanda pela oleaginosa brasileira. Além disso, bloqueios na rodovia que leva ao Porto de Paranaguá (PR) no dia 21 de novembro, prejudicaram o transporte de cargas, resultando em filas de navios nos portos. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta leve recuo de 1,1%, cotado a R$ 184,91 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ também registra queda de 1,7% nos últimos sete dias, a R$ 181,43 por saca de 60 Kg.

Nos últimos sete dias, os valores têm baixa registram baixa de 0,7% tanto no mercado de balcão (preço pago ao produtor) quanto no mercado de lotes (negociações entre empresas). A desvalorização cambial e a queda no preço da soja em grão pressionam as cotações dos derivados. Além disso, o enfraquecimento na demanda por óleo de soja pesa sobre os valores deste subproduto. O óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) tem desvalorização de 0,6% nos últimos sete dias, indo para R$ 7.846,36 por tonelada. Os preços do farelo de soja apresentam comportamentos distintos dentre as regiões, com uma parte dos consumidores relatando estar abastecida para este ano. Outra parcela, entretanto, está mais ativa nas negociações, no intuito de repor os estoques para o último bimestre do ano. Com isso, os valores do farelo de soja registram leve aumento de 0,3% nos últimos sete dias. Os preços futuros da soja estão em alta.

A desvalorização do dólar no mercado internacional tem atraído importadores para os Estados Unidos, o que é comum neste período em que o país finaliza a colheita de soja da safra 2022/2023. Na Bolsa de Chicago, o contrato Janeiro/2023 da soja tem alta de 1,3% nos últimos sete dias, a US$ 14,36 por bushel. Os contratos Dezembro/2022 do óleo e do farelo de soja registram avanço de 3,9% e 1,1%, com respectivos fechamentos de US$ 1.651,47 por tonelada e de US$ 451,61 por tonelada. Segundo o relatório de inspeção e exportação divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) no dia 21 de novembro, os embarques de soja em grão dos Estados Unidos cresceram 18,6% entre as duas últimas semanas. Na parcial do ano-safra (de setembro a 17 de novembro), entretanto, os Estados Unidos exportaram 17,12 milhões de toneladas de soja, 10,5% abaixo do escoado em igual período da temporada passada. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.