28/Nov/2022

Representantes da indústria do biodiesel buscam convencer o grupo técnico de Minas e Energia do governo de transição sobre manter a mistura mínima obrigatória do biodiesel ao diesel em 10% somente até o fim de janeiro de 2023 e não até 31 de março, como definiu o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) na semana passada. O convencimento passa diretamente pelo senador Jean Paul Prates (PT-RN), que atua na coordenação do grupo, e com o qual os industriais buscam agendar um encontro. O objetivo é chegar a um consenso pela proposta do senador Carlos Fávaro, de manter o mandato B10 em janeiro e elevar a partir de fevereiro. Os interlocutores da indústria avaliam que há divergência de posições entre o grupo técnico da Agricultura e do de Minas e Energia.

Nos bastidores, comenta-se que o pedido para o CNPE manter o B10 até março partiu do grupo técnico de Minas e Energia, enquanto o grupo de Agricultura condenou a decisão. Prates defendeu a manutenção da mistura de 10% de biodiesel ao diesel até que o novo governo analise o aumento da proporção nos primeiros meses do próximo ano e disse que o período de até 90 dias é importante para ser resolvido dentro do novo governo, o que será feito e ser discutido com a indústria os mandatos B14 e B15. O senador afirmou que o novo governo deverá adotar uma escala de crescimento da mistura e que deve discutir com a indústria a manutenção do diesel coprocessado no mandato. Prates negou que a indústria esteja com dificuldade de saber quem, entre Agricultura e Energia, é o interlocutor do tema e que o governo de transição está dialogando com o setor.

Já o senador Carlos Fávaro (PSD-MT), um dos coordenadores do grupo técnico de Agricultura da equipe de transição, defendeu que o novo governo avalie junto com a indústria do biodiesel as próximas definições sobre o percentual da mistura mínima obrigatória de biodiesel ao diesel e citou proposta de aumento do mandato para B12 a partir de fevereiro e possibilidade de adoção de B14 em março. Pode ficar até março, mas não com B10. No momento, a indústria planeja manter interlocução com ambos os grupos técnicos, mas espera do novo governo uma definição mais concreta sobre a área responsável pelo tema. O setor vai conversar provavelmente com Prates e Fávaro e até propor um encontro conjunto. O aumento do mandato é um ponto inegociável, mas talvez seja possível ceder na inclusão do diesel coprocessado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.