23/Nov/2022

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) prevê que se a mistura obrigatória de biodiesel ao diesel de 10% for mantida em 10% em 2023 o processamento de soja pela indústria deve ficar praticamente estável. Mantendo o mandato B10, o processamento de soja passaria de 49 milhões de toneladas neste ano para 50 milhões de toneladas no ano que vem. Esse 1 milhão de toneladas a mais vem da demanda da indústria animal. O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) definiu que a mistura deve ser mantida em 10% até 31 de março de 2023.

Se o B10 for mantido, a curva de processamento de soja estaciona. A decisão do CNPE é um péssimo sinal para a indústria. Caso o mandato de biodiesel fosse elevado para 14% ou 15% em 2023, o processamento de soja aumentaria cerca de 4 milhões de toneladas. A manutenção da mistura em 10% reduz também a demanda por óleo de soja. O consumo de óleo de soja para a indústria de biodiesel cairá 600 mil toneladas neste ano, com mandato B10 para 4 milhões de toneladas. Em 2023, o consumo de óleo de soja para biodiesel é projetado em 4,3 milhões de toneladas com B10 e 6,4 milhões de toneladas com B14 ou B15. A expectativa da indústria do biodiesel é de que o novo governo retome o cronograma original do CNPE quanto ao percentual de mistura obrigatória do biodiesel no diesel.

O objetivo é retomar o cronograma, que prevê B14 em janeiro e fevereiro e adotar B15 a partir de março. Atualmente, a mistura obrigatória do biodiesel ao diesel é de 10%, o chamado mandato B10. O setor tenta o convencimento tanto do governo atual quanto do novo governo para que cumpram o cronograma do CNPE. Para que o governo atual decida que o B10 vale até 31 de dezembro e para que o novo cumpra o calendário do CNPE. Não precisa tomar decisões, apenas cumprir cronograma anterior. Haverá disponibilidade de óleo de soja e de soja em grão para elevação do mandato para B14 ou B15. A safra de soja será volumosa. As entidades que representam a indústria do biodiesel tendem a buscar interlocução com novo governo a partir de 10 de dezembro, por meio da área de energia da equipe de transição. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.