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09/Nov/2022

Agrotoken: tokenização da soja e milho ao produtor

Há dois meses em operação no Brasil, a agritech argentina Agrotoken pretende integrar totalmente a cadeia produtiva do agronegócio com a tokenização da produção de grãos. A ferramenta chega ao País com o objetivo de digitalizar a soja e o milho de forma que o produtor possa fazer transações financeiras de forma mais ágil e tranquila. Pelo processo, a soja e o milho podem ser transformados em ativos digitais. Com isso, é possível fazer a integração entre as pontas do mercado e criar novos modelos de acesso para que pessoas físicas possam comprar diretamente do produtor. O token representa a commodity, o ativo do produtor. Ele preserva o valor referente ao ativo base.

O produtor está querendo se proteger. A solução é comprar insumos como a própria commodity ou utilizá-la como método de pagamento. A complexidade do universo do blockchain não representa dificuldades para o produtor, uma vez que ele conhece muito bem sua produção. Quando o produtor vê sua produção dentro do celular, ele entende o sistema de uma forma muito fácil. A demanda tem sido grande porque não só produtores, mas revendas e cooperativas estão entendendo o negócio. Hoje, a empresa opera quase 300 mil toneladas de grãos entre o Brasil e a Argentina. As alternativas atuais disponíveis no mercado para quem quer investir no agronegócio, inclusive pessoas físicas, como os contratos futuros de grãos na Bolsa B3, são muito complexos.

Com a Agrotoken, é possível financiar o produtor de forma muito mais simples. É uma evolução do barter tradicional (sistema em que o produtor compra insumos de alguma revenda e dá, em pagamento, a colheita da safra futura). Uma das vantagens do sistema de tokenização na comercialização de grãos é permitir a realização de negócios em uma escala muito maior do que a realizada em um ambiente de negociação tradicional, como as cooperativas, por exemplo, que geralmente é presencial. O produtor não assume nenhum risco ao entrar no sistema, é como se ele se conectasse num novo ecossistema que vai muito além das transações diretas com grãos.

A empresa conseguiu integrar o agro com o ambiente de negócios comum do produtor. É como se o agricultor olhasse para a soja como um ativo depositado em conta corrente. Com isso, ele poderá fazer desde negócios tradicionais, como a compra de insumos e implementos agrícolas, até o pagamento de colaboradores ou despesas correntes no cartão, integrando totalmente o que está fora da cadeia produtiva. Depois da tonekização, o produtor pode escolher a revenda e fazer o pagamento utilizando seus ativos seguindo o mesmo fluxo do negócio tradicional, com a transferência de valor. Não é uma promessa de entrega, é a transferência direta.

Com a utilização dos criptoativos, é possível criar um lastro para a obtenção de crédito que permitirá a entrada de investidores externos (pessoas físicas). Nas próximas semanas, a Agrotoken deve iniciar testes para a implantação de um cartão de crédito com o qual o produtor poderá fazer qualquer tipo de transação. A empresa está começando a operação no Brasil. O momento é de criar o ecossistema. O cartão de crédito deve ampliar o poder de compra do produtor. No futuro, o sistema será integrado totalmente com o setor financeiro para que a pessoa física possa participar desse ecossistema. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.